Onze anos após o assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, então com 11 anos, em Três Passos (RS), nenhum dos quatro condenados pelo crime segue em regime fechado. O caso, que chocou o país em 2014, volta ao noticiário com a morte de Edelvânia Wirganovicz, de 51 anos foi encontrada sem vida nesta terça-feira (22) no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, onde cumpria pena em regime semiaberto. A suspeita é de suicídio.
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Condenada a 22 anos e 10 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, Edelvânia era amiga da madrasta de Bernardo e ajudou a esconder o corpo. Em 2023, chegou a cumprir pena em casa, com tornozeleira eletrônica, por falta de vagas no sistema prisional. Em fevereiro deste ano, voltou ao regime semiaberto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), após recurso do Ministério Público do RS.
O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, cumpre 31 anos e oito meses de prisão em regime semiaberto. Inicialmente condenado a 33 anos e oito meses, ele teve a pena reduzida após novo júri, em 2023, que o absolveu da acusação de ocultação de cadáver. Boldrini também teve o registro médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do RS após tentar atuar como residente em hospital universitário.
A madrasta, Graciele Ugulini, foi condenada a 34 anos e sete meses por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Na última semana, ela recebeu autorização da Justiça para progredir ao regime semiaberto.
Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, recebeu pena de nove anos e seis meses em regime semiaberto. Ele já cumpriu a sentença e está em liberdade.
O crime ocorreu em abril de 2014. Bernardo desapareceu em Três Passos e foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova em Frederico Westphalen. Segundo as investigações, ele foi morto com uma superdosagem de medicamento. O caso teve forte comoção nacional, especialmente por envolver o pai e a madrasta da vítima como principais articuladores do crime.
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