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Como funciona o golpe do 'falso advogado' que levou 11 suspeitos à prisão

Golpistas pesquisam processos judiciais, com informações públicas, e contatam clientes ou partes do processo, fazendo-se passar pelo advogado contratado. A partir daí, os criminosos solicitam transferências via pix para liberar um suposto crédito existent

Gonçalo Junior (via Agência Estado)

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Escrito por Gonçalo Junior (via Agência Estado)
Publicado em 20.08.2025, 22:02:00 Editado em 20.08.2025, 22:14:26
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Golpistas pesquisam processos judiciais, com informações públicas, e contatam clientes ou partes do processo, fazendo-se passar pelo advogado contratado. A partir daí, os criminosos solicitam transferências via pix para liberar um suposto crédito existente no processo.

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O chamado golpe do "falso advogado" levou à prisão de onze pessoas nesta quarta-feira, 20, em seis Estados. Elas são acusadas de invadir os sistemas dos Tribunais de Justiça e usar dados profissionais de advogados.

A operação interestadual, liderada pela Polícia Civil de Santa Catarina, foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, também cumpriu 26 mandados de busca e apreensão.

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Investigadores identificaram indícios de envolvimento dos suspeitos com facções criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Cinco suspeitos foram presos em São Paulo.

"Identificamos contatos dos suspeitos com facções, mas precisamos confirmar essas ligações, essa migração para os crimes digitais, ao longo das investigações", afirmou o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross, em entrevista coletiva em São Paulo.

Segundo as investigações, os criminosos estariam utilizando a identidade de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dados de processos judiciais para induzir as vítimas a realizar depósitos de custas que não existiam.

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Os golpistas solicitavam pagamentos indevidos, como depósitos judiciais e custas processuais, principalmente via PIX.

Desde agosto de 2024, a OAB-SP informa ter recebido 3,5 mil denúncias. O advogado Guilherme Aquino, vice-presidente da OAB Joinville (SC) teve seus dados utilizados por criminosos.

"Na ansiedade de ter um andamento processual mais célebre, o cliente acaba antecipando custas que, na verdade, não deveriam ser antecipadas".

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Ainda não há indícios de envolvimento de servidores públicos no vazamento. A polícia investiga como os criminosos conseguiram acessar as informações sigilosas.

Os autores dos crimes foram identificados em vários estados, com grande concentração de vítimas nas cidades catarinenses de Blumenau e Joinville - só nesta cidade foram registrados 100 boletins de ocorrência nos últimos meses.

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Ross acredita que os criminosos atuem de forma regional, passando de um estado a outro.

A investigação ainda não determinou o número de vítimas nem o prejuízo total. Os valores dos golpes são variáveis, de acordo com as ações judiciais. A polícia bloqueou R$ 5,2 milhões dos investigados.

Em São Paulo, foram cumpridos 12 mandados de prisão na capital, Guarulhos, Itaqua e São Vicente.

Para enfrentar a fraude e orientar a população e clientes, a OAB SP criou uma cartilha. "A OAB SP colaborou com a OAB SC, em um trabalho conjunto de fornecimento de dados para conseguir prender quadrilhas que estão lesando cidadãos e afetando as relações e a confiança na advocacia", diz Leonardo Sica, presidente da OAB SP.

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