A Polícia Civil do Distrito Federal desvendou a maior rede de produção e distribuição de "cogumelos mágicos" do país. Na manhã desta quinta-feira (4), a Operação Psicose prendeu nove suspeitos de integrar o esquema criminoso, que faturava cerca de R$ 26 milhões por ano com a venda da droga. Mais de 3 mil pacotes foram apreendidos em sete estados, incluindo o Paraná, em uma ação coordenada que expôs um lucrativo e perigoso mercado de substâncias ilegais.
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Os cogumelos exóticos, que contêm a substância psicodélica psilocibina, eram promovidos com falsas promessas de cura para depressão e ansiedade, em uma abordagem que a polícia classificou como curandeirismo. A psilocibina, proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é conhecida por alterar a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço, e pode provocar experiências emocionais e visuais intensas.
O grupo vendia os cogumelos em três formatos: desidratados, misturados ao mel ou em cápsulas, explorando um modelo de negócios que imitava o e-commerce. A propaganda era feita principalmente por meio de redes sociais, e a entrega, através dos Correios.
A operação, conduzida pela Cord (Coordenação de Repressão às Drogas), foi deflagrada simultaneamente no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo. A ação demonstra a crescente sofisticação de grupos criminosos que usam a internet para expandir suas operações e atingir um público jovem, explorando vulnerabilidades e oferecendo substâncias perigosas sob uma fachada de bem-estar.
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