maior espessura das últimas décadas, segundo relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU. O estudo mostra que a faixa sobre o Ártico ficou entre 55 e 60 unidades Dobson acima da média, o que representa cerca de 14% a mais em relação ao período de referência de 1960 a 2023.
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Essa recuperação gradual trouxe reflexos diretos: houve redução significativa da radiação ultravioleta que atinge o Hemisfério Norte durante o verão, com queda de até 5% em algumas regiões. A unidade Dobson mede a quantidade total de ozônio na atmosfera, uma média de 300 DU equivale a uma camada de apenas 3 milímetros de espessura.
Apesar do avanço, os especialistas alertam que o problema ainda não está totalmente resolvido. O relatório da OMM aponta que o déficit de ozônio na Antártida atingiu 46,1 milhões de toneladas em setembro de 2024. Embora elevado, esse número ficou abaixo da média registrada entre 1990 e 2020 e bem distante das perdas históricas vistas de 2020 a 2023. A velocidade da recuperação após o pico de perdas indica sinais consistentes de melhora.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que os resultados são fruto de quatro décadas de cooperação internacional. “Hoje vemos a camada de ozônio se recuperando, o que nos lembra que, quando as nações seguem a ciência, o progresso é possível”, afirmou.
Entre os fatores que contribuíram para o cenário positivo estão fenômenos naturais, como o El Niño, a circulação estratosférica mais intensa, a maior atividade solar e a Oscilação Quase-Bienal, que provoca mudanças nos ventos da alta atmosfera a cada dois ou três anos.
Outro ponto decisivo foi o Protocolo de Montreal, tratado internacional que baniu substâncias nocivas ao ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs), presentes em sprays, sistemas de refrigeração e espumas. Estima-se que 99% desses compostos já tenham sido eliminados da atmosfera.
Se as políticas atuais forem mantidas, os cientistas projetam que a camada de ozônio retorne aos níveis de 1980 até o fim do século: por volta de 2040 para a maior parte do planeta, em 2045 no Ártico e em 2066 na Antártida.
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