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Amazônia Legal convive com episódios marcantes de violência

O caso do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira no Vale do Javari chamou atenção do mundo para a violência

Manoela Bonaldo, especial para o Esatdão (via Agência Estado)

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jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira
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jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira
Escrito por Manoela Bonaldo, especial para o Esatdão (via Agência Estado)
Publicado em 16.06.2022, 08:02:00 Editado em 16.06.2022, 09:32:48
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O caso do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira no Vale do Javari chamou atenção do mundo para a violência na Amazônia Legal, que é marcada pela ação de organizações criminosas e ausência do poder público. A ele se juntam episódios de violência na região, como os assassinatos da missionária americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, e do ambientalista Chico Mendes, em dezembro de 1988, além de outros que não tiveram a mesma repercussão.

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Para o historiador Ronilson Costa, coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o episódio no Vale do Javari expõe "o quanto o Estado está ausente na região e como não há uma presença que dialogue com as demandas dos povos tradicionais".

Levantamento anual da CPT aponta que, somente no ano passado, ocorreram pelo menos 28 assassinatos por conflitos de terra. A maioria das vítimas é indígena. Rondônia é o Estado com maior número de assassinatos (11) em casos semelhantes no ano passado.

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Em janeiro deste ano, uma família de ambientalistas foi assassinada em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. José Gomes, conhecido como Zé do Lago, sua mulher, Márcia Lisboa, e a filha adolescente do casal foram encontrados mortos na propriedade da família, onde desenvolviam trabalhos de proteção da floresta.

Em 2019, o colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai) Maxciel Pereira dos Santos foi morto a tiros em sua casa, no município de Tabatinga, no Amazonas. Ele fazia parte da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari e, assim como Pereira e Phillips, trabalhava no combate à extração de madeira, garimpo e pesca ilegais. O caso segue impune até hoje.

Ainda em 2019, Paulo Paulino Guajajara, guardião da floresta na Terra Indígena Araboia, no Maranhão, foi assassinado a tiros. Ele fazia parte de um grupo de segurança no território e era responsável por denunciar invasores, conforme informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

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No ano anterior, Zezico Guajajara, outro líder que denunciava exploração ilegal de recursos na Terra Indígena Araboia, também foi morto a tiros.

Em 2017, dez trabalhadores sem-terra foram mortos por policiais militares na Fazenda Santa Lúcia, a 60 km do município de Pau DArco, no Pará. Os suspeitos foram presos em 2018. Meses depois, o líder do acampamento sem-terra, Rosenildo Pereira de Almeida, também foi assassinado.

VIOLÊNCIA

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Fontes consultadas pelo Estadão apontaram que o avanço do desmatamento, da exploração de recursos naturais e de conflitos fundiários ajuda a compreender a dinâmica da violência na região. Outro fator seria a presença de facções de crime organizado, em constante disputa pelas rotas de tráfico de drogas.

O Brasil figura atualmente entre os líderes de um ranking elaborado pela ONG Global Witness que analisa os lugares mais perigosos para a atuação de defensores da terra e do meio ambiente. No ano passado, o País ocupou a quarta posição na lista em quantidade de ativistas da área vítimas de assassinatos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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