Na casa dos 90% desde junho do ano passado, o endividamento do consumidor paranaense caiu em fevereiro, passando para 89,71%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Trata-se uma redução de 1,17 pontos percentuais em comparação com o mês anterior, além de ser o menor índice após abril de 2019, quando marcava 88,8%.
Quanto à inadimplência, também teve melhora no percentual de paranaenses com contas em atraso, que passou de 28,43% em janeiro para 27,32% em fevereiro, bem como a parcela de endividados que não terão condições de pagar seus débitos, que era de 12,75% em janeiro e ficou em 12,47% no mês passado.
A redução nos indicadores relacionados aos percentuais de famílias endividadas, de famílias com contas em atraso e de famílias que não terão condições de pagar as dívidas, de acordo com a Assessoria Econômica da Fecomércio PR, foi influenciada pelas famílias que recebem até dez salários mínimos. Nesta faixa de rendimento, o percentual de endividados correspondia a 90,33% em janeiro e baixou para 88,92% em fevereiro. Nas famílias com renda superior a dez salários mínimos, o endividamento se manter estável, com 93,41% em fevereiro ante 93,45% em janeiro.
Dentre as variáveis econômicas que contribuíram para essa melhoria, podem ser mencionadas o recebimento do 13º salário e liberação, pela primeira vez, em 2019, de valores referentes ao 13º salário para benefícios do Bolsa Família, que permitiram a muitos consumidores quitarem suas dívidas no começo deste ano; algum benefício paralelo associado aos lotes de restituição de Imposto de Renda; liberação de saques de contas do FGTS; quitação de saldos de contas do PIS/PASEP e redução da taxa de desocupação do IBGE no Paraná, que passou de 8,9% no 3º trimestre de 2019 para 7,3% no 4º trimestre de 2019.
Os paranaenses que se consideravam muito endividados caiu de 29,43% em janeiro para 26,49% em fevereiro. A maioria dos endividados, 69,68%, comprometeu de 11% a 50% dos rendimentos com dívidas no mês passado, 20,43% empenham mais da metade da renda, enquanto apenas 9,78% comprometem menos de 10% dos seus ganhos em dívidas.
O tipo de dívida mais comum é o cartão de crédito, que concentrou 73,34% das dívidas em fevereiro. O financiamento imobiliário correspondeu a 9,78% do endividamento dos paranaenses e o financiamento de veículo a 8,22%.
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