O presidente executivo da Boeing, Dennis Muilenberg, deixará seu posto em janeiro de 2020, anunciou a empresa por meio de um comunicado nesta segunda-feira, 23. A partir de 13 de janeiro, ele será substituído interinamente pelo presidente do conselho da empresa, David L. Calhoun, informou a companhia por meio de nota
A troca no comando da empresa se deve principalmente à crise causada pelo modelo 737 Max - entre outubro de 2018 e março de 2019, duas aeronaves do tipo se envolveram em acidentes fatais, causando a morte de 346 pessoas.
"Os diretores decidiram que uma mudança na liderança da empresa era necessária para restaurar a confiança na Boeing, reparando relações com reguladores, consumidores e outros agentes do setor", declarou a companhia na nota em que anunciou a mudança de executivos. "Acredito no futuro desta empresa e do 737 Max", disse Calhoun, que permanecerá no Conselho de Administração.
Lawrence Kellner assumirá o lugar de Calhoun como presidente do conselho. Já o diretor financeiro Greg Smith, por sua vez, ocupará o posto de presidente executivo interino, durante o período de transição, entre a saída de Muilenburg e até Calhoun assumir o cargo.
As circunstâncias da saída de Muilenberg são incertas, porém - na manhã desta segunda-feira, 23, o jornal americano The New York Times chegou a publicar que o executivo tinha sido demitido da Boeing. Já o tom no comunicado oficial da empresa é de que ele "renunciou imediatamente aos postos de conselheiro e presidente executivo."
A mudança animou o mercado: na manhã desta segunda-feira, 23, as ações da Boeing operam em alta de 3,5% na bolsa de valores.
Com 150 mil empregados em todo o mundo, a empresa está avaliada em US$ 191 bilhões.
A fabricante havia anunciado em meados de dezembro a suspensão da produção do 737 Max. A Boeing esperava que os aviões voltassem a voar no fim deste ano, mas autoridades reguladoras dos Estados Unidos deixaram claro que não iriam avalizar tão cedo esse retorno.
Em uma audiência recente no Congresso americano, foi divulgado que as autoridades reguladoras dos EUA estavam cientes dos riscos de novos acidentes depois que um 737 Max caiu na Indonésia em outubro de 2018. Outro acidente ocorreria meses depois, na Etiópia. Uma análise da agência de aviação dos Estados Unidos apontou que poderia haver mais de uma dezena de acidentes ao longo do tempo de vida da aeronave.
A Boeing comprou parte da Embraer no Brasil e espera a aprovação dos órgãos regulatórios.
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