Uma maternidade de bebês reborn, em Arapongas (PR), tem atraído cada vez mais curiosos interessados em ver de perto as bonecas realistas que viralizaram nas redes sociais. Mas embora o interesse tenha aumentado muito nas últimas semanas, a proprietária da loja, Luciana Ferreira, afirma que as vendas continuam normais, por enquanto.
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E foi justamente o interesse nessas réplicas de bebês reais que levou Luciana a fundar a loja Pandinha Maternidade Reborn, há cinco anos. “Despertou nosso interesse após nossa filha acompanhar influencers na internet”, conta. Ela e o esposo Fernando decidiram presentear a filha com um boneco realista e notaram benefícios para o desenvolvimento da criança.
O casal percebeu que não era tão fácil comprar um boneco realista e decidiu empreender neste nicho. “Alguns amigos que gostaram do bebê reborn não encontraram ou tiveram desconfiança para comprar pela internet. Diante dessa dificuldade, percebemos uma oportunidade, além de poder proporcionar uma atividade educativa e afetiva. Começamos vendendo em casa, de maneira informal, e como o interesse aumentava, surgiu a loja física no centro de Arapongas, atendendo clientes de toda região ou enviando pelos correios para todo o país’, afirma.
Luciana não fabrica as bonecas, mas revende produtos de diversos fornecedores além de roupas e acessórios para um público variado, formado por crianças e até idosos. “O público majoritário é formado por crianças de 4 a 10 anos”, afirma. Por mês, a empresa vende uma média de 40 bonecas realistas, que custam entre R$ 399 a R$ 549, gerando um faturamento mensal de R$ 20 mil.
Repercussão não alavancou vendas
Nas últimas semanas o assunto gerou repercussão e polêmica nas redes sociais, mas Luciana afirma que isso não alavancou as vendas. “Alguns fatos atípicos fizeram com que o tema ganhasse muita força nos últimos dias. Nossas vendas seguem normais, porém a curiosidade em conhecer de perto e falar sobre o assunto, aumentou. Ficamos muito felizes em poder compartilhar nossas experiências e mostrar nosso trabalho, por fim, percebo que as pessoas saem satisfeitas e encantadas com tudo que envolve”, afirma.
Grande parte da repercussão na internet se deve aos vídeos de donos de bebês reborn que tratam seus bonecos como se fossem reais. O que para Luciana é uma grande novidade, já que nenhum de seus clientes possuem vínculo com os bonecos fora dos padrões considerados “normais”.
Com quase 5 anos de experiência no ramo, Luciana destaca que as experiências que ela conhece são diversas e positivas. “Vão desde a presentear por ser data comemorativa, objeto de decoração, por desejo em ter, estímulo para a criança largar a chupeta, largar o celular ou por motivos pessoais e sentimentais. Mas nunca nos disseram ou vimos algo, como os polêmicos casos que apareceram na internet”, assegura.
Luciana enfatiza a importância de ter cuidado e sensibilidade ao consumir informações na internet e que é preciso desconfiar e não acreditar em tudo que se vê. “Hoje em dia a informação está muito veloz e pouco confiável, pode até ser verdade, mas prefiro me apegar as minhas experiências que mostram o contrário. A internet se tornou uma fonte de renda e quem administra quer engajamento. Quem consome precisa ter o cuidado e a sensibilidade. Antes do julgamento, o tema bebê reborn é incrível e saudável, e não são posturas isoladas ou até mesmo encenação, que devem ser levadas como uma verdade absoluta”, analisa
“Ao comprar uma bebê reborn para minha filha, percebi o quanto estimulou o sentimento materno de cuidado e responsabilidade. As brincadeiras eram criativas, percebi que tirar e colocar roupinhas, por exemplo, desenvolvia diversas habilidades”, afirma.
Nos últimos dias, projetos de lei que visam impedir a utilização desses bonecos realistas para obtenção de benefícios destinados exclusivamente a crianças de colo e seus responsáveis começaram a tramitar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e na Câmara Municipal de Curitiba (CMC).
“Nossos políticos devem ser capazes de perceber e atender as necessidades das pessoas. Como disse anteriormente, nossas experiências são extremamente positivas, são diversos os benefícios, não só dos bebês reborn, como de qualquer brinquedo, e que qualquer atividade ou postura diferente deve ser tratada como anormal. Cabe aos profissionais de saúde a avaliarem até que ponto é saudável. Mas temos quase que total convicção que transtornos não são gerados pelas bonecas e sim por alguma necessidade de cada um, que buscam se apegar em alguma coisa, isso vale para as bonecas, animais, jogos, vícios, entre outros”, analisa.
A empresária destaca que ter um bebê reborn é uma atividade riquíssima, cheia de aprendizado, e que faz bem para crianças, mães, avós e toda a família. “O tema bebê é tão lindo e incrível. A impressão que fico é de que as pessoas já entram na loja com o espírito materno aflorado. Entram surpresas e saem encantadas, a aceitação é muito grande, tanto que retornam e indicam a loja. Respeitamos as opiniões, graças a Deus temos um ambiente tranquilo e familiar. Que assim permaneça”, finaliza.

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