“Queremos justiça”: pai fala sobre morte do filho em Apucarana
Em entrevista ao TNOnline, pai de Matheus revive a tragédia e reforça a luta por justiça
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A dor da família de Matheus Watanabe Camacho, de 23 anos, volta à tona com a aproximação de duas datas que mudaram suas vidas para sempre: 22 de novembro, dia do acidente, e 26 de novembro, quando o jovem morreu no hospital. Um ano depois, a investigação segue sem conclusão e a família afirma continuar sem respostas.
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Em uma entrevista exclusiva e profundamente emocionada, concedida ao TNOnline, o pai de Matheus, Emerson Camacho, relembrou os momentos que marcaram a tragédia e a luta por justiça.
Matheus pilotava sua moto pela Avenida Minas Gerais quando foi atingido por um carro que fazia uma conversão irregular, segundo mostram as imagens. O jovem foi arremessado por vários metros. Emerson contou que foi avisado quase à meia-noite e só viu o vídeo no dia seguinte. “Foi muito chocante. A cena não sai da cabeça. O carro atravessa a via sem farol, numa pista movimentada. Daria para ter evitado”, disse.
A cena que mais choca e angustia a família, capturada por imagens, é a da fuga do condutor. "Três vezes eles [ocupantes do veículo] foram até meu filho, não sei fazer o quê, e não prestaram nenhum tipo de socorro", relata o pai. Em vez de acionar o resgate, a única atitude foi mandar uma mensagem para a namorada de Matheus, avisando sobre o acidente.
"Foram minutos ali preciosos, que ele ficou ali na rodovia. Aí passa mais um carro, atinge a moto. Poderia ter atropelado ele ainda até a chegada do Samu. É bem agonizante, né?" Emerson, pai de Matheus.
Para a família, o socorro imediato, mesmo que não garantisse a vida do jovem, era o mínimo esperado e poderia ter feito uma diferença crucial.
Emerson descreve Matheus como um jovem alegre, afetuoso e cheio de planos. “Ele vivia intensamente, sempre sorrindo. Queria casar, construir sua família, ter sua casa. Era impossível não gostar dele.”
Diante do estado crítico no hospital, a família decidiu autorizar a doação de órgãos decisão que Emerson classifica como um dos momentos mais difíceis da vida. “É um choque, mas saber que ele ajudou cinco, seis, sete pessoas traz algum consolo.”
O motorista envolvido segue em liberdade, algo que revolta ainda mais a família. “Existe lei. Ninguém faz nada por querer, mas todo mundo tem responsabilidade. O vídeo fala por si”, afirma Emerson.
Com o inquérito ainda em andamento, ele diz viver uma espera angustiante. “Estamos indo para um ano e nada. Só queremos que o caso vá até o fim. Seja para culpar ou absolver, mas que seja concluído. O que não pode é ficar parado.”
Emerson deixa um pedido que ninguém vire as costas diante de alguém ferido. “Seja quem for um desconhecido, um animal, qualquer vida ninguém merece ser abandonado. A família está em casa esperando a pessoa voltar. Prestar socorro é fundamental.”
O pai espera que a história de Matheus sirva de alerta e de lição. “Ele tinha a vida inteira pela frente. Agora ficam as lembranças — e a esperança de que a justiça seja feita.”
A família seguirá cobrando respostas para que o caso não caia no esquecimento.
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