Programa “Mais Saúde no Campo” é lançado no Vale do Ivaí

Foi apresentado nesta sexta-feira (1º), em Apucarana, o programa “Mais Saúde no Campo”, que une as secretarias de Saúde (Sesa) e da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná. O objetivo da iniciativa é implantar nos municípios do Vale do Ivaí políticas públicas para garantir melhores condições de renda, saneamento e qualidade de vida aos produtores rurais, visando manter a população no campo e conter a tendência de migração para as áreas urbanas que pode comprometer o fornecimento de alimentos no futuro. Veja o vídeo abaixo

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O “Mais Saúde no Campo” vai envolver os trabalhos das duas secretarias e também dos órgãos técnicos do governo estadual, como Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

O evento, nesta sexta-feira, contou com a presença do secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, técnicos das secretarias e representantes de municípios do Vale do Ivaí.

O chefe do Núcleo Regional da Seab em Apucarana, Cristovon Videira Ripol, explica que a migração da população para as áreas urbanas é motivo de preocupação. Segundo ele, estudos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), realizados desde 2017, apontam um êxodo muito intenso de moradores do campo para cidades-polo. “Um dos estudos do Ipardes, em 2017, mostrava que a tendência, até 2040, era de os municípios, especialmente os menores do Norte do Paraná e do Vale do Ivaí, perderem 35% da população. Agora, no final de junho, saiu mais um estudo do Ipardes, fazendo um recorte da população do campo e a sua migração para as cidades. E nós vamos perder, aqui no Vale do Ivaí, mais de 50% da população rural, que vai cair de 41 mil habitantes para 16 mil habitantes”, disse.

Segundo ele, os números do Ipardes reforçam a urgência do enfrentamento do problema, com a implantação de políticas públicas assertivas para segurar a população no campo.

Ripol afirma que o primeiro fator que tem tirado a população do campo é a questão de renda. Por isso, uma das estratégias é a divulgação do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR), que garante certificação de produtos transformados de origem animal para que a população rural possa permanecer com renda. Com o Susaf, os agricultores podem investir em agroindústrias e, assim, agregar valor aos seus produtos e comercializar em todo o Paraná.

Além disso, a região tem sofrido com a questão da qualidade da água. Uma estratégia nesse sentido é colocar em prática projetos de preservação de água e solo. “E água nós temos que preservar lá na nascente. Além disso, fazer o saneamento rural para que você possa evitar a ida de coliformes fecais para essas nascentes”, assinala. Garantindo renda, qualidade de vida e saneamento, segundo Ripol, é, sim, possível manter os jovens no campo, garantindo a sucessão familiar.

O secretário Beto Preto afirma que a discussão de saneamento rural é fundamental dentro da política de “Paraná Sustentável”, colocada em prática pelo governador Ratinho Junior (PSD). Segundo ele, é importante discutir e colocar em ação projetos para garantir a qualidade da água.

“O cuidado da terra tem que vir acompanhado do cuidado com a água. A água é um bem precioso. Nós avançamos muito nos últimos anos no saneamento urbano. Agora, temos que olhar mais também para o saneamento rural e observar a qualidade da água dos rios", diz.

Beto Preto afirma que a Sesa coleta água todos os meses nas regionais de saúde do Paraná inteiro em parceria com as universidades estaduais. "Agora, talvez, tenha chegado a hora de dar mais visibilidade para este assunto para que nós possamos, juntos, planejar o Paraná do futuro e continuar crescendo com a sua agroindústria, que vai continuar transformando o produto da colheita e o produto da proteína animal em produto já industrializado. Para isso, nós vamos precisar manter os nossos mananciais preservados”, disse na abertura do evento na 16ª Regional de Saúde.

Também participaram da solenidade o chefe da 16ª RS, Lucas Leugi, e o médico-veterinário da 16ª RS, André Vitor Romagnoli, entre outros técnicos.

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