O professor Carlos Roberto Dias, 61, que foi retirado à força da sessão ordinária desta segunda-feira (03) na Câmara de Apucarana (PR), procurou atendimento no Hospital da Providência nesta terça-feira (03). Ele disse que precisou ser medicado após relatar dores após ser vítima de um “mata-leão” de um segurança da Casa durante a votação do projeto de lei concedendo o título de Cidadão Honorário do município ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
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A sessão foi interrompida em vários momentos por conta da manifestação do público presente - favorável ou contrário à homenagem. Carlos Roberto Dias protestava contra o tratamento recebido pelo público que acompanhava a sessão. Neste momento, ele foi retirado por um segurança da Casa, que arrastou o professor para fora do prédio da Câmara.
O professor, que atua na rede estadual de ensino, disse ao TNOnline na tarde desta terça-feira (03) que procurou o Hospital da Providência após sentir dores. Ele disse que precisou de morfina e seria avaliado por um médico. Em nota, o hospital informou que o paciente passou por exame de imagem e depois recebeu alta hospitalar.
Durante entrevista ao TNOnline ainda na noite de segunda-feira, ele disse que pediu “respeito” do presidente do Legislativo, Danylo Acioli (MDB), que teria tratado mal os manifestantes, quando ele foi retirado à força. "Eu só exigi respeito com as pessoas que estão aqui", assinalou.
Acioli disse que o manifestante foi retirado da Casa pelo tumulto que estava causando. " A manifestação sempre foi aceita e respeitada na Câmara, o excesso que não pode existir. Eu repreendi os excessos de todos os lados, independentemente se a posição era favorável ou contrária ao projeto”, disse.
O projeto de lei foi aprovado por 8 votos a 2. Para ir para sanção, a proposta precisa passar por mais uma votação na Casa.
NOTA DE REPÚDIO
O caso gerou grande repercussão em Apucarana. O deputado estadual Arilson Chiorato, presidente estadual do PT, e a sindicalista Marli de Casto, presidente do diretório municipal do partido, divulgaram uma nota de repúdio. Segundo eles, em um “ambiente democrático que deve ser o parlamento, o emprego de força não deve ser o ‘mecanismo de diálogo’ para quem discorda de uma proposição. Isso é modelo de ditaduras e governos autoritários”.
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