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O homem de 30 anos preso na última sexta-feira (4), em Apucarana, suspeito de forjar o próprio sequestro para extorquir R$ 180 mil do pai, afirmou em depoimento à Polícia Civil que teria sido vítima de um sequestro real. Segundo ele, os responsáveis seriam supostos policiais da região de São Paulo. A Polícia Civil descarta essa versão e aponta envolvimento dele no caso.
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O TNOnline teve acesso a depoimento conduzido pelo delegado André Garcia. Durante o interrogatório, o suspeito declarou: “O que aconteceu é que tem supostos policiais aí que estavam extorquindo a gente já faz tempo. ” Em seguida, acrescentou: “Uns caras de São Paulo. [...] Da fronteira de São Paulo. Sempre eles pegam dinheiro. ”
Ele afirmou ainda que foi retirado de casa, sozinho, e levado a vários locais. “Ele me pegou, me bateu, bateu pra caramba no primeiro dia, me arrebentou, colocou vendas no meu olho, pra eu não ver nada. E sempre ficava mudando de lugar, sempre me jogando dentro do carro, mudando de lugar.”
O homem também contou que foi levado para uma casa onde teria sido instruído a não tentar escapar. “Eles chegaram e me jogaram lá e falaram assim: ‘Negócio é o seguinte, cara, você vai ficar aqui, você age normal. Não sai dessa casa, tem um drone vigiando você. Se você sair daqui, o drone vai vir e picar bala em você, e vai falar que você trocou tiro com os homens.’”
Segundo o depoimento, ele recebeu um celular dos sequestradores: “Jogaram o celular pra mim e falaram assim: ‘Fica com esse celular aqui [...] você pode ficar com ele aí, porque depois a gente vai estar no drone te olhando de longe.’”
Uma testemunha, no entanto, afirmou que na segunda-feira (30) foi na casa onde o suspeito estava e o encontrou deitado no sofá fumando maconha e que, na última vez que ela esteve na casa, disse que chamaria a polícia e foi ameaçada pelo suspeito.
A versão apresentada, no entanto, é rebatida pela Polícia Civil. De acordo com o delegado André Garcia, o homem foi encontrado deitado, sozinho e com o celular usado para enviar ameaças e fotos simulando o sequestro à família nas mãos. A imagem enviada mostrava o suspeito amarrado, encapuzado e com manchas que sugeriam sangue.
Por conta das contradições no depoimento, o rapaz será indiciado por extorsão. O suspeito, que não tem antecedentes criminais, pagou fiança de R$ 1,5 mil e será monitorado por tornozeleira eletrônica.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no crime.
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