Policial apucaranense vai a Moçambique ajudar crianças em conflito

O investigador da Polícia Civil do Paraná (PCPR), Kleber Ulisses Lima Silva, que mora em Apucarana (PR) e atua na Delegacia de Arapongas, viajou nesta semana para Moçambique, na África, para conhecer pessoalmente o projeto social que ajuda há cinco anos e participar de ações voltadas a crianças em situação de vulnerabilidade.

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Segundo Kleber, a iniciativa surgiu após ele conhecer Nélio, um voluntário que mantém o projeto Semeando Alegria na cidade de Manica, região afetada por conflitos internos. “Há cerca de cinco anos, uma pessoa me procurou dizendo que estava em contato com um voluntário em Moçambique, o Nélio, e queria saber se podia confiar. Achei que pudesse ser golpe, mas acabei conversando com ele e fazendo uma doação por conta própria. Desde então, comecei a ajudar mensalmente”, explicou.

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O investigador contou que, inicialmente, não sabia se o projeto realmente existia e chegou a procurar a Embaixada de Moçambique em Brasília. “Conversei com o embaixador e pedi uma verificação. Dois meses depois, ele me ligou dizendo que o Nélio era uma pessoa séria e que o projeto realmente funcionava, atendendo crianças afetadas pela guerra. A partir daí, decidi continuar ajudando”, relatou.

O projeto Semeando Alegria oferece refeições e apoio escolar para cerca de 165 crianças. “Eles chamam de tenda, mas é como se fosse uma garagem onde o Nélio serve almoço todos os domingos e ajuda as crianças com as tarefas escolares”, contou Kleber.

Neste ano, o investigador decidiu ir além e comprou o imóvel onde o projeto funciona, após o voluntário ter sido notificado para deixar o local. “O terreno era do padrasto dele, que faleceu, e os meios-irmãos queriam vender. Então eu perguntei quanto custava, e ele disse que era cerca de R$ 35 mil. Fiz uma proposta e ajudei a comprar. Parte do dinheiro foi minha e parte veio de amigos que colaboraram”, afirmou.

A viagem teve como objetivo conhecer o local e planejar melhorias na estrutura. “Comprei o imóvel porque o Nélio estava sendo despejado e não tinha onde morar, nem onde manter o trabalho com as crianças. Minha intenção agora é ajudar a construir uma casa digna, com cozinha para preparar as refeições e um quarto para acolher crianças órfãs”, explicou.

Kleber reforçou que a visita não tem caráter turístico, mas solidário. “Eu não queria vir devendo a casa. Esperei quitar o terreno para poder vir e conhecer de perto o projeto. Não estou aqui a passeio, mas para ver com meus próprios olhos o que venho ajudando há tanto tempo”, disse.

O investigador deve permanecer alguns dias em Moçambique, acompanhando as atividades do projeto e organizando novas formas de apoio às crianças atendidas.

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