A Polícia Civil de Apucarana, norte do Paraná, realizou nesta sexta-feira (23), a reconstituição do assassinato de Diogo Belai Ferreira, morto pela ex-esposa, em janeiro deste ano. O crime aconteceu na Rua São José, no Núcleo Habitacional Dom Romeu Alberti e a autora alega que agiu em legítima defesa após ter sua casa invadida e ser agredida por cerca de 20 minutos. A mulher não participou da reconstituição dos fatos. Assista ao vídeo no fim do texto.
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O delegado adjunto da 17ª Subdivisão Policial (SDP), André Garcia, explica a reprodução simulada dos fatos é essencial para esclarecer as circunstâncias do crime e suprir algumas lacunas que impedem a conclusão do inquérito policial, já que o assassinato não teve testemunhas e a polícia só tem a versão da autora.
“Nessa investigação, nós temos apenas a versão apresentada durante o interrogatório dela. Não temos relatos testemunhais, não temos registros de mídia, câmera, som, nada disso. Portanto, essa reprodução vem suprir algumas dúvidas, alguns elementos informativos que faltam no inquérito policial. Nós estamos atrás da verdade, não queremos nem incriminar, nem inocentar ninguém. Nós queremos reproduzir a verdade”, enfatiza o delegado.
Segundo a defesa, a autora não compareceu à reconstituição para evitar revitimização, pois o crime foi praticado em legítima defesa. “A defesa entendeu por bem que a vítima não comparecesse. A vítima no caso para a defesa é a mulher, porque ela estava sofrendo uma violência doméstica naquele momento e se defendeu. Para não causar uma revitimização a gente entendeu que ela não comparecesse e polícia civil através do depoimento que ela já deu em delegacia irá fazer a reconstituição dos fatos”, informou a advogada Fabiana Gonçalves.
De acordo com a advogada, a defesa espera que o caso seja arquivado. Caso não seja, a ação penal seguirá e há o risco da autora enfrentar um júri popular. “Como mulher e advogada espero que seja arquivado. Se for comprovado e ficar esclarecido para o Ministério Público que ela agiu em legítima defesa, há uma grande chance desse processo ser arquivado. Se por ventura não for, a preocupação da defesa não é só em relação a cliente, mas em relação a todas as mulheres que são vítimas de violência doméstica que podem, ao ver tudo isso que está acontecendo, depoimento em delegacia, reconstituição dos fatos, risco de uma ação penal prosseguir, risco de um dia para júri, de ter mais medo de se defender do que de apanha”, analisa a advogada.
RELEMBRE O CRIME
A Polícia Militar (PM) foi acionada pela ex-esposa de Diogo, que na ocasião alegou que o homem havia invadido sua casa e a agrediu por durante 20 minutos. A mulher relatou que desferiu três golpes e faca contra o ex-marido, dois foram superficiais mas um teve profundidade letal.
“A mulher foi conduzida à delegacia de polícia e apresentou essa versão de legítima defesa. Naquela ocasião, ela não foi autuada em flagrante, pois a autoridade policial do dia entendeu que havia indicativos de que, de fato, ela agiu em legítima defesa. O inquérito policial foi instaurado mediante portaria, ela foi posta em liberdade”, informou o delegado adjunto.
Diogo Belai Ferreira era natural de Apuí, no Amazonas e morava em Apucarana. Conforme informações da PM, ele tinha passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Finalizada a reconstituição, a polícia aguardará a confecção do laudo pericial que deve permitir o encerramento do inquérito policial.
Assista ao vídeo:
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