Mais de 2,3 mil pessoas morreram vítimas de problemas circulatórios nos municípios da região entre janeiro de 2020 e setembro de 2022, segundo dados da 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana. Com a pandemia de covid-19, esse grupo de doenças, que envolvem também o coração, aumentaram. Isso porque, segundo estudos científicos e o trabalho diário dos médicos, o sistema cardiovascular foi um dos mais atingidos pelas sequelas da covid-19.
Em 2020, foram 806 mortes provocadas por doenças do aparelho circulatório nos 17 municípios pertencentes à 16ª RS. Em 2021, no auge da pandemia de covid-19, o número de óbitos subiu para 900, o que representou uma alta de 11,6%. De janeiro a setembro de 2022, os municípios somam 655 mortes.
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O infarto agudo do miocárdio é uma das principais causas, com 204, 202 e 124 registros em 2020, 2021 e até setembro deste ano, respectivamente. Hipertensão e acidente cerebral vascular também são fatores importantes para o grande número de óbitos.
No Dia Mundial do Coração, comemorado nesta quinta-feira (29), esses números servem de reflexão para adoção de práticas mais saudáveis. O cardiologista de Apucarana, Mateus Dias Moura, afirma que um dos aspectos fundamentais é a atividade física. “O por inimigo do coração é o sofá”, afirma o médico.
“Primeiro: o coração gosta de atividade física. É muito importante mesmo para quem já tem uma doença no coração e para as pessoas saudáveis também”, afirma. Segundo ele, o ideal é se exercitar ao menos três vezes por semana, o que representaria três horas semanais de atividades físicas. “Qual a atividade física? Aquilo que a pessoa gostar de fazer. Pode ser caminhada, academia, natação, hidroginástica ou bike”
continua após publicidade- Mateus Dias Moura, cardiologista
O médico afirma que é preciso buscar um pouco de intensidade no exercício para ajudar o coração. “A gente precisa cansar um pouco. Vai fazer uma caminhada, precisa forçar um pouco as nossas passadas para fazer com que o nosso coração trabalhe mais. Isso é fundamental. Cada um faz aquilo que sinta bem em fazer, aquilo que ele se encontrar é o que vai fazer. Pode pular corda, dançar, jogar peteca, enfim, aquilo que a pessoa goste”, acrescenta.
Outro aspecto é adotar hábitos saudáveis, como não fumar, cuidar da pressão e monitorar a diabetes. “Outra parte importante é cuidar do emocional. A ansiedade está judiando muito. Temos que ter um pensamento positivo. Isso faz com que a gente se sinta melhor. Sim, há os problemas na vida, mas o negativismo não leva a nada”, afirma.
A alimentação também exige cuidados. “Claro que comer é algo prazeroso e todos nós sabemos aquilo não é recomendável. O coração não gosta muito de gorduras, principalmente das carnes gordurosas e do queijo amarelo, além das gorduras trans, que vêm em alimentos embutidos e conservantes que estão nas bolachas. É preciso adotar a prática de consumir alimentos mais saudáveis, como frutas e verduras, evitando também os carboidratos. Sei, são coisas fáceis de falar e difíceis de fazer, mas que são fundamentais”.
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