Lucas Leugi e Pablo da Segurança são diplomados após nova retotalização de votos

A Justiçal Eleitoral de Apucarana realizou na tarde desta sexta-feira (26) nova retotalização dos votos das eleições proporcionais de 2024. O procedimento atendeu à decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), de Curitiba, que determinou a anulação dos votos do partido Democracia Cristã (DC), que elegeu o vereador Adan Lenharo, por fraude da cota de gênero. A retotalização provoca duas mudanças na Câmara, com as entradas de Lucas Leugi (PSD) e Pablo da Segurança (Cidadania). Os dois foram diplomados durante a cerimônia pelo juiz eleitoral da 28ª Zona Eleitoral, Laércio Franco Júnior, e serão empossados na Câmara no início de outubro. Veja o vídeo abaixo

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Eles ocupam as vagas de Adan Lenharo, que deixa a Câmara com a anulação dos votos do DC, e também do vereador Luciano Facchiano (Agir), que perde a sua cadeira por conta do recálculo do quociente eleitoral. Dessa forma, o Agir ficará apenas com uma vaga no Legislativo, que é de José Aírton Deco de Araújo.

Deco, que atualmente está na Autarquia Municipal de Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa), precisou ser novamente diplomado e reassume o mandato pelo Agir. Assim, Facchiano e Wellington Gentil deixam a Câmara. Caso Deco decida voltar para a Aserfa, Luciano Facchiano - que vira o primeiro suplente - assume. Gentil fica fora, já que o Agir agora não tem mais duas vagas no Legislativo. Deco marcou para a próxima segunda-feira (29) uma entrevista coletiva, quando deve anunciar o seu futuro.

A Câmara Municipal de Apucarana, por sua vez, já agendou a posse dos novos vereadores Pablo da Segurança e Lucas Leugi para os dias 3 e 4 de outubro, respectivamente. A medida foi anunciada pelo presidente do Legislativo, Danylo Acioli.

O juiz eleitoral Laércio Franco Júnior explicou que a retotalização ocorreu por conta da comprovação da fraude à cota de gênero. "A legislação eleitoral prevê a exigência mínima de 30% de participação feminina nas campanhas em disputa aos cargos de vereador. A participação não basta ser formal, não basta ter o nome de mulheres nas chapas, é necessário que as campanhas sejam reais e efetivas", explica. Segundo ele, a comprovação de irregularidade gera a nulidade dos votos da chapa. "A gente não pode dizer que é um capítulo triste nem feliz, mas foi um capítulo necessário em razão da constatação da fraude contra a cota de gênero."

Para Lucas Leugi, a fraude à cota de gênero praticada pelo DC foi confirmada durante o processo. "Sou advogado de formação e sempre confiei na Justiça, pois sabia que mais cedo ou mais tarde a verdade chegaria", disse. Ele lembrou que foi o quarto vereador mais votado na eleição de 2024, com 2.148 votos. "Na história de Apucarana não teve ainda vereador que em três eleições seguidas fez mais de 2 mil votos, que é o nosso caso, e isso eu quero agradecer a todos que confiam e acreditam no trabalho realizado na Câmara", pontuou.

Leugi será empossado no dia 4 de outubro, às 14 horas. "Agora nós temos que superar esse tempo perdido, que infelizmente ficamos fora da Câmara Municipal", assinalou o vereador diplomado, que vinha ocupando o cargo de chefe da 16ª Regional de Saúde (RS). Ele agradeceu ao secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, que o indicou para o cargo, e também aos companheiros de jornada política.

Pablo Aparecido Rocha Pereira, o Pablo da Segurança, afirma que um erro foi corrigido pela Justiça Eleitoral. "É um momento muito feliz da minha vida, da vida da minha família", disse o vereador diplomado, que atualmente atua como comandante da Guarda Civil Municipal (GCM).

Ele afirmou que vai deixar a GCM na semana que vem. "Quero poder contribuir mais com a nossa cidade", afirmou, acrescentando sua sintonia com o prefeito Rodolfo Mota (União Brasil). "Queremos fortalecer cada vez mais a gestão do prefeito Rodolfo Mota e contribuir com a cidade." Pablo da Segurança assume no dia 3 de outubro, às 19 horas.

É a segunda retolização dos votos realizada neste ano em Apucarana. A primeira ocorreu após a anulação dos votos do Podemos - também por fraude à cota de gênero - e garantiu o ingresso do médico Odarlone Orente (PT) entre os 11 vereadores de Apucarana.

ENTENDA

Por unanimidade, os desembargadores reconheceram no último dia 10 de setembro a ocorrência de fraude à cota de gênero praticada pelo DC e reafirmaram as sentenças de primeira instância do juiz eleitoral Rogério Tragibo de Campos.

As duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) -acatadas em primeira instância e referendadas no último dia 10 pelo TRE-PR - apontam fraude à cota de gênero cometida pelo DC. As denúncias foram apresentadas pelo PSD e pela ex-candidata a vereadora Damarli Guarnieri (PT).

Nas ações, o PSD e o PT apontam que duas candidaturas femininas registradas pelo Democracia Cristã - de Shirley Aparecida Pepato Oliviere e de Juliana Pereira dos Santos- teriam sido fictícias, com o objetivo de burlar a exigência legal mínima de 30% de candidaturas femininas, conforme a Lei das Eleições (nº 9.504/97). A análise do caso foi unificada no TRE-PR justamente por se tratar das mesmas candidatas denunciadas.

Uma delas, Shirley Oliviere, admitiu em depoimento prestado ao juiz eleitoral Rogério Tragibo de Campos e ao promotor eleitoral Gustavo Marcel Fernandes Marinho que não fez campanha política e que sua candidatura foi "laranja".