O romance “Nihonjin”, do escritor paranaense Oscar Nakasato, fez o caminho inverso dos protagonistas da premiada obra publicada em 2011. O livro do professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Apucarana acabou de ganhar uma tradução em japonês. O autor realizou entre 25 de junho e 8 de julho o lançamento da publicação nas principais cidades japonesas a convite da embaixada do Japão no Brasil. Ele também ministrou palestras em universidades e escolas do país.
“Nihonjin” narra a história de uma família que integrou a primeira geração de imigrantes japoneses no Brasil. Apesar de ficcional, a obra faz um resgate histórico da imigração no país. Trabalho de estreia de Oscar Nakasato na literatura, o livro foi vencedor do 1.º Prêmio Benvirá de Literatura em 2011 e conquistou o Prêmio Jabuti em 2012 na categoria romance.
A publicação da obra na língua dos avôs paternos e maternos de Oscar Nakasato é a realização de um sonho do escritor, que é natural de Maringá. O lançamento também representou um momento especial para o autor, que nunca tinha visitado o Japão.
“Foi emocionante viajar para o Japão pela primeira vez em uma circunstância tão especial (a tradução do livro). Apesar de ser a minha primeira vez em terras japoneses, parecia um retorno. O que mostra o quanto a cultura fica entranhada na gente”, afirma o escritor, que confirmou no contato com as pessoas e percorrendo as ruas das cidades japoneses como Tóquio, Nagoya, Kyoto, Hamamatsu e Kanazawa, Oizumi, Toyota, entre outras, a gentileza, o respeito, a organização e a limpeza das ruas.
O livro foi publicado pela editora japonesa Suiseisha, com tradução de Chika Takeda, que já transportou para o japonês obras de Machado de Assis, Chico Buarque de Holanda e Miltom Hatoum, entre outros autores brasileiros. A tradução faz parte de um projeto da editora que prevê levar para o Japão cinco outros livros do Brasil. O primeiro da série foi o clássico “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. “Nihonjin” foi a segunda obra. Estão previstas ainda traduções de livros de Lygia Fagundes Telles, Itamar Vieira Franco e uma coletânea de contos .
Além do japonês, “Nihonjin” já foi traduzido em espanhol por uma editora do México. Durante a viagem ao Japão, o professor da UTFPR de Apucarana, que lançou em 2017 o segundo romance "Dois", participou de bate-papos com estudantes e leitores. Foram quatro eventos de lançamento do livro em livrarias e seis palestras em universidades, além das conversas com estudantes de escolas brasileiras no Japão.
Por Fernando Klein
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