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Já recebeu um Love Line? Serviço faz 24 anos com histórias inusitadas

Serviço de mensagens amorosas de Apucarana coleciona casos de reconciliação, mas também muitos episódios de constrangimento

Da Redação

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Love Line já virou uma marca de Apucarana
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Love Line já virou uma marca de Apucarana
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.07.2023, 17:27:21 Editado em 12.07.2023, 17:52:58
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O que você faria se recebesse uma mensagem de amor através do carro do Love Line, em Apucarana? Talvez essa pergunta já se passou pela sua cabeça ou surgiu em alguma conversa do dia a dia em tom de "ameaça". De fato, ser surpreendido a qualquer instante pelo chamativo carro rosa, repleto de adesivos de corações, com balões pendurados e tocando uma música romântica no volume máximo, pode ser um evento muito marcante. Para alguns, um momento emocionante; para outros, um "mico".

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Embora o Love Line possa ser interpretado como um sinal de romantismo para alguns, motivo de raiva e constrangimento para outros -e até mesmo ferramenta para “pregar peças” em amigos-, é inegável que, durante os 24 anos de existência do serviço, um legado foi construído. São duas décadas de muitas histórias curiosas e outras um tanto quanto inusitadas, que fizeram do projeto um símbolo de Apucarana e região.

O início dessa história remete ao ano de 1999, quando Selma Ferreira resolveu iniciar um serviço de mensagens românticas que funcionava apenas por telefone. O sistema com carro de som, como é hoje, só viria a existir após um cliente desesperado solicitar que Selma o ajudasse na reconciliação com sua ex-esposa. Para isso, o homem fez questão de que ela fosse até a loja que a ex-mulher trabalhava no centro da cidade. Selma, no improviso, pegou seu carro, instalou um microfone, colocou alguns balões e foi para a frente da loja realizar o trabalho.

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Na hora que eu chamei a mulher no microfone, não teve uma loja em que as pessoas não saíram para ver. Umas três ou quatro na porta de cada uma. Parou até o trânsito. Foi a primeira coisa mais louca (na história do Love Line). A mulher não queria sair”, relata Selma.

No fim, o “plano” não teve sucesso e a mulher não voltou com seu ex-marido, mas esse foi o estopim para que o trabalho de Selma ficasse conhecido por toda a cidade. Muitas pessoas ficaram interessadas e começaram a pedir o seu contato para realizar declarações amorosas. Assim, surgia o “Love Line”, nome criado por Graciela, filha de Selma.

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Os maiores casos de amor do “Love Line”

Dentre os diversos casos de amor, um dos mais marcantes, segundo Selma, foi um envolvendo um senhor de idade da cidade de Marilândia do Sul, que queria voltar com a mulher que estava separado há cerca de um ano. Após indicações, ele veio até Apucarana para pedir a ajudar do Love Line. Selma foi até Marilândia, com o senhor escondido no carro, junto com um buquê de flores. Chegando na cidade, a companheira do homem, que também era de idade, se surpreendeu com a surpresa e acabou voltando com ele.

Cheguei lá, a senhorinha de idade também. Ela pegou e já veio chorando. Marilândia parou. Estava tocando a música do guarda-costas (Kevin Costner) bem alto e ela já veio. Quando ela chegou perto, ele estava escondido dentro do carro com o buquê”, conta.

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Histórias inusitados

No entanto, em alguns casos, nem tudo é amor. Houve uma vez em que o carro do Love Line quase foi apedrejado. Em uma situação, um homem contatou Selma para se reconciliar com a sua mulher, no entanto, a pretendente não gostou nada da “surpresa” e ameaçou atirar pedras no carro. “Ela ficou muito brava porque ela falou: 'não, eu não quero esse cara, esse cara é um sem vergonha, um pinguço'”, relatou Selma.

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E nem só de tentativas de reconciliação vive o Love Line. Muitas pessoas usam o serviço para fazer pegadinhas. Segundo Selma, muitos homens pagam para fazer brincadeiras e “pregar peças” em amigos. Em diversos casos, homens usam o Love Line para enviar buquê de flores para amigos se passando por falsos admiradores secretos.

Em outra situação, o serviço de mensagens foi usado por uma mulher para causar ciúmes em seu companheiro. A mulher entrou em contato com o Love Line, solicitando o serviço, só que ao invés de mandar a mensagem para alguém, ela pediu para que fosse mandado na sua própria casa, como se um pretendente estivesse mandando para ela.

“Ela ligou para mim e falou: 'viu, eu queria contratar seu serviço'. Eu falei: 'o que é? Uma reconciliação?' Ela disse: 'uma declaração de amor. Eu falei assim de você para o teu marido?' E ela disse: 'Não, para mim mesmo. Quero que você fale que é um fã, meu admirador secreto'", disse.

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Do anonimato à “marca” de Apucarana

Essas são apenas algumas das histórias que o Love Line acumulou durante os 24 anos que o serviço é prestado. Todo esse repertório se transformou em reconhecimento e notoriedade. Isso fez com que ao falar de Love Line, as pessoas automaticamente se lembrem de Apucarana.

Selma relaciona isso com um aspecto religioso. Ela afirma que o projeto ter atingido o status de “marca de Apucarana” é um presente de Deus. “Graças a Deus, eu falo que a Love Live é herança para minha vida, sim, porque tem momentos que eu estou passando por uma fase difícil financeiramente e Deus tem usado o Love Line para me ajudar”, descreve Selma.

Hoje, após todas as histórias já vividas, o Love Line continua em atividade pronto para novas "aventuras". Nem mesmo um acidente em que Selma se envolveu há cerca de três anos em que, segundo ela, um homem bêbado bateu em seu carro, causando diversos prejuízos, fez com que o projeto chegasse ao seu fim. Selma gastou R$ 7 mil com o conserto e voltou a trabalhar.

Hoje, o Love Line segue rodando pelas ruas de Apucarana e região, distribuindo mensagens de amor, brincadeiras e o que mais for possível oferecer. Seja para reconciliar casais, provocar raiva em pessoas, ou “pregar peças” em outras, o carro rosa com adesivos de corações estará disponível para que novas histórias sejam escritas.

Por Gabriel Carneiro

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