Por semana, uma média de cinco incêndios ambientais são registrados pelo Corpo de Bombeiros em Apucarana (PR) e região. Ao todo, 154 queimadas mobilizaram a corporação neste ano, nos 22 municípios pertencentes ao 11º Batalhão de Bombeiro Militar. O caso mais recente foi nesta sexta-feira (18), no Parque da Raposa, em Apucarana, onde um morador filmou entulhos sendo queimados. O fogo se espalhou pela vegetação, causando uma cortina de fumaça que se espalhou pela região.
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Na quinta-feira (17), a reportagem do TNOnline flagrou um incêndio ambiental nas imediações do Jardim Ouro Verde, às margens do Lago Tarumã, em área de nascente. O trecho é muito movimentado e a fumaça atrapalhou o trânsito de veículos e pedestres.

Conforme a tenente Ana Paula Zanlorenzi, esta época do ano é marcada por condições climáticas adversas, incluindo geadas e falta de chuva, que aumentam o risco de incêndios ambientais. E a baixa umidade relativa do ar e os fortes ventos contribuem para a propagação rápida do fogo na vegetação.
"A principal causa dos incêndios ambientais é atribuída à ação humana, seja por motivos de 'limpeza' de terreno ou vandalismo", observa a tenente.
Além de prejudicar o meio ambienta, as queimadas causam problemas como sujeira gerada na cidade pela fuligem, complicações respiratórias causadas pela fumaça, riscos à segurança dos motoristas devido à redução da visibilidade causada pela fumaça e riscos a edificações próximas às áreas afetadas.
Os dados do Corpo de Bombeiros mostram, entretanto, que neste ano o número de queimadas caiu 65% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 441 ocorrências foram registradas na região. "Há casos em que não somos acionados. Temos também as concessionárias que atendem a esse tipo de ocorrência, o que acaba diminuindo os nossos atendimentos, mas não, necessariamente, a recorrência desse tipo incêndio. Mas, independente da quantidade de atendimentos, realizados, os prejuízos são constantes", observa a tenente.
PROJETO QUER AUMENTAR PENA
Um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados e encaminhado ao Senado quer aumentar a pena prevista para quem provocar incêndios em florestas ou demais formas de vegetação. A pena atualmente estabelecida para estes casos é de 2 a 4 anos e multa, e pelo projeto foi aumentada para de 3 a 6 anos.
O projeto aumenta a pena prevista mesmo nos casos culposos, ou seja, quando não há intenção de provocar o incêndio. Atualmente, os casos culposos têm pena prevista de seis meses a um ano de detenção, e agora passam para detenção de um a dois anos.
O projeto também impede que sentenciados por incêndio florestal tenham acesso a subsídios, auxílios financeiros ou doações da administração pública.
O texto ainda prevê como agravantes expor a população a perigo iminente em centros urbanos, bem como espécies raras ou ameaçadas de extinção e áreas de conservação. Nestes casos, a pena poderá ser aumentada em até 50%.
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