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Incêndio revela abandono de prédio histórico em Apucarana

O imóvel fica em uma área total de 3,1 mil metros quadrados e, ao longo das décadas, foi endereço de vários empreendimentos sociais e religiosos

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Incêndio revela abandono de prédio histórico em Apucarana
Autor Foto por TNOnline

Um incêndio registrado na última quarta-feira (18) chamou atenção para a situação de abandono de um prédio histórico localizado na Rua Bolívia, no Jardim Diamantina, em Apucarana. Com cerca de 70 anos, o imóvel abrigou inúmeros empreendimentos públicos ao longo dos anos, como a Guarda Mirim e o Recanto do Menor. Atualmente, o prédio pertence à Mitra Diocesana. Vizinhos reclamam do abandono e da utilização do local por andarilhos e dependentes químicos.

Construído por volta de 1950, o imóvel abrigou inicialmente o Liceu Rui Barbosa. O estabelecimento de ensino particular atendeu estudantes de Apucarana e região entre 1952 e 1957. O ex-secretário de Administração de Apucarana, Antônio Vieira Filho, é filho do primeiro proprietário do imóvel. Ele conta que o Liceu Rui Barbosa mantinha um regime de internato para estudantes e ofertava o ensino primário e o ginásio (quatro últimos anos do atual ensino fundamental).

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O imóvel fica em uma área total de 3,1 mil metros quadrados e, ao longo das décadas, foi endereço de vários empreendimentos sociais e religiosos. Foi sede da Casa da Criança Dona Eliza, um orfanato mantido pelo pioneiro Fileto Alves; do Recanto do Menor, administrado pela Prefeitura e utilizado para cursos profissionalizantes; e também um espaço para encontros e eventos religiosos da Paróquia Cristo Rei e de seminaristas de Apucarana.

O prédio foi também administrado por muitos anos pelo Centro de Promoção Humana São Benedito (Ceprhusb), que, inicialmente, utilizou o local como sede do Centro Social Dona Eliza - que substituiu a Casa da Criança Dona Eliza até ser incorporado pelo Centro Social Urbano - e depois, por vários anos, da Guarda Mirim. Os “guardinhas” ficaram no local até por volta de 2013. Depois, o projeto foi assumido pela Prefeitura e levado ao Centro da Juventude até ser descontinuado em 2014.

Com encerramento das atividades do Ceprhusb em 2013, o imóvel foi repassado para a Mitra Diocesana, juntamente com outros bens da antiga entidade, como o prédio em frente ao Colégio Estadual Professor Izidoro Luiz Cerávolo, onde funciona até hoje uma padaria, agora a serviço do Centro de Promoção Humana da Catedral Nossa Senhora de Lourdes.

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Entre 2014 e 2021, o prédio histórico foi endereço da ONG Casa dos Anjos, que oferta cursos gratuitos em diversas áreas. A entidade, conta a presidente Maria Aparecida Germana de Oliveira, saiu a pedido da Cúria Diocesana. Hoje, a Casa dos Anjos funciona na Rua Clóvis da Fonseca, 177. “Não queríamos ter saído. É uma pena essa notícia do incêndio no prédio, que agora está abandonado, infelizmente”, diz Maria Aparecida. A Prefeitura paga o aluguel do novo endereço e a entidade é mantida com ajuda de voluntários.

Vizinhos reclamam da situação. A reportagem apurou que o local é utilizado quase todas as noites como dormitório por andarilhos e também por usuários de drogas. Eles teriam provocado o incêndio da última quarta-feira, segundo informou o próprio Corpo de Bombeiros. Apesar do muro alto, os invasores conseguem ingressar no imóvel com certa facilidade. Ontem, o portão que dá acesso às instalações foi derrubado. Segundo os vizinhos, isso ocorre com frequência para facilitar a entrada dos dependentes químicos.

Imóvel tem problemas estruturais, diz bispo

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O bispo diocesano Dom Carlos José de Oliveira, de Apucarana, afirma que o prédio histórico do Jardim Diamantina está fechado por conta da situação precária do imóvel. Segundo ele, a decisão de pedir a saída da Casa dos Anjos foi no sentido de evitar algum acidente por conta dos problemas estruturais.

“Nosso objetivo é que o imóvel atenda a um projeto de caridade, mas é preciso, antes disso, realizar uma ampla e completa reforma. O imóvel está totalmente deteriorado e necessita de uma reestruturação urgente para voltar a ser usado”, diz o bispo, observando que, por enquanto, não há recursos ou um projeto nesse sentido em andamento.

Por, Fernando Klein

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