Era uma sexta-feira 13 em agosto de 1976. No auge de sua carreira, Raul Seixas, que completaria 80 anos de idade neste sábado (28), desembarcava em Apucarana (PR) junto de sua banda para um grande show que lotou o ginásio de esportes do Clube 28 de Janeiro. Antes da apresentação, Raul preparou o set em uma sala do Clube 28, que era onde a banda Apollus Band ensaiava.
📰 LEIA MAIS: De Raul Seixas a Nazareth: 6 shows de rock que marcaram Apucarana
O músico Nelson de Paula lembra da ocasião e conta que a banda de Raul Seixas tocou com os instrumentos da Apollu's Band. “Ele usou nossa sala de ensaio, que era ali no Clube 28 e montou o show. Eles usaram o nosso equipamento”, conta.
📲 Clique aqui e receba as notícias pelo grupo do TNOnline no WhatsApp
O escritor, poeta e servidor público apucaranense Luiz Antônio Mariano, 64 anos, foi ao show e guarda boas memórias dessa ocasião.
"Lembro que foi um show espetacular, foi o segundo show ao vivo que assisti na minha vida. Me recordo que o público teve boa aceitação e que aplaudiam com entusiasmo no final de música que ele tocava", detalha Luiz Mariano.

Foi em 1973, quando Raul Seixas lançou o disco Krig-Há-Bandolo que o então jovem conheceu a obra do cantor e se tornou fã. Uma paixão que segue até os dias atuais.
"Em 1973, conheci a música do Raul do álbum krig há bandolo, gostei das músicas com criticidade e um tom de ironia nas letras, nesse tempo já era leitor assíduo e gostava de ler Carlos Drummond, Pablo Neruda e Fernando Pessoa, e me apaixonei pelos poemas do Raul", destaca.
Luiz pontua que assim como em todo o Brasil, em Apucarana as músicas de Raul eram muito populares entre os jovens.
"Apucarana tinha muitos fãs do Raul Seixas. E também numa época que a música era analógica que para reproduzir usava discos de vinil (de valor comercial elevado) e fitas K-7 que eram bem mais baratas, eu usava muito fitas K-7, e quem gravava para mim era meu grande e finado amigo Paulinho Mareze", recorda.
O blog Tarati Taragua relata a passagem de Seixas por Apucarana em 1976 com vários detalhes inusitados. “Apesar do frio e da chuva forte, conseguimos um bom público. A plateia era uma mistura de estudantes e pessoas comuns da cidade. A gente tinha ensaiado o set do Raul naquela tarde mesmo. Esse set incluiu Al Capone, SOS, Medo da Chuva, As Aventuras de Raul Seixas, Ouro de Tolo, 10.000 Anos Atrás, Rock do Diabo. Terminamos o set com Sociedade Alternativa, onde Raul fez um discurso improvisado”, diz.
Após o show, Raul Seixas teria se divertido com os amigos na cidade. “Depois do espetáculo fomos a um restaurante cheio de gente esperando por Raul. Fizemos algumas amizades e ninguém voltou para o hotel antes das 10 da manhã seguinte. Tinha sido o melhor dia”, relata o blogueiro Márcio de Aquino.
Quando Raul voltou a Apucarana
O músico passou por Apucarana ao menos em mais duas ocasiões, onde se apresentou. Mariano recorda de uma delas, em que a apresentação foi novamente no ginásio do Clube 28.
"Eu lembro de dois shows no clube 28 de janeiro, o segundo caso não esteja enganado em 1977 ou 1978", diz.
Nessa ocasião, Raul Seixas teria saído para curtir a cidade novamente, igual kem 1976, segundo Luiz Mariano.
"Terminado o show, fomos tomar uma cerveja na Varanda do Denito, que ficava na Rua Ponta Grossa com Rua Renê Camargo de Azambuja. Lembro também que pouco tempo depois chegou o Raul e um dos músicos da banda no local para beber", lembra.
Deixe seu comentário sobre: "Há 48 anos, Raul Seixas embalava uma sexta-feira 13 em Apucarana"