Foto por Redes Sociais / Montagem TNOnline
Os bonés azuis com a frase "O Brasil é dos brasileiros", que passaram a ser usados por membros do governo Lula, incluindo o próprio presidente, que publicou um vídeo com o acessório nesta terça-feira, geraram uma verdadeira "guerra de bonés" em Brasília. A disputa política, por outro lado, tem movimentado a economia do setor do vestuário em Apucarana, maior polo de produção de bonés no Brasil.
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Em resposta ao uso do boné pelos governistas, a oposição respondeu com o item trazendo frases contrapondo a ala da situação, estampando a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026” em bonés de cor verde e amarelo.
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Essa batalha de moda politizada tem gerado bastante trabalho para fabricantes de boné em Apucarana. A fábrica do empresário Antônio Carlos Macarrão, por exemplo, já fabricou quase dois mil bonés azuis com a frase "O Brasil é dos Brasileiros" e já tem mais uma remessa de mil unidades encomendada para a produção.
"Os bonés na política não começaram agora, nós já produzimos a um tempo atrás, para o pessoal do Partido Liberal (PL), uma remessa de duzentas unidades inspiradas no boné do presidente dos EUA Donald Trump. Um desses bonés, inclusive, foi usado pelo governador de São Paulo, Tarcísio Freitas", explica.
Recentemente, com a volta do recesso legislativo em Brasília, Macarrão foi procurado por um grupo ligado aos governistas que encomendou o boné azul, com a frase criada pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira: "O Brasil é dos Brasileiros".
"Na primeira vez, uma pessoa encomendou 200 bonés. Depois, outro já encomendou mais 500. Na sequência, o representante de um grupo encomendou mais mil", detalha.
Macarrão já tem mais uma remessa de mil bonés encomendada para produzir.
Já os bonés da oposição, a reportagem não conseguiu confirmar onde estão sendo produzidos. No entanto, empresários afirmam que já foram procurados para fazer o orçamento do acessório.
Bonés nas eleições
O uso de bonés e camisetas já foi um marco nas campanhas eleitorais até o final dos anos 1990. No entanto, a lei nº 9.504/97, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibiu essa prática.
"É vedada na campanha eleitoral a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor", diz a lei.
Macarrão lembra que o uso do acessório em período eleitoral aumentava significativamente a produção de bonés e impactava positivamente a economia de Apucarana e a geração de empregos. Ele conta que existe um debate para que seja permitido novamente o uso de bonés nas campanhas eleitorais.
"É uma pauta que estamos estudando para ver como faz para tentar de forma massiva tentar fazer com que volte, porque isso aí foi uma grande palhaçada. Os caras desviam dinheiro em mil outros tipos de eventos e tudo mais, e o boné, que gerava emprego, que gerava divulgação, um brinde barato, tiraram da jogada, assim como tiraram algumas coisas também", conta.
Ele explica que tem conversado com autoridades para mudar a lei e trazer o boné para este cenário novamente.
"É um momento, digamos assim, que floresceu novamente. Então deu para sentir que como o Boné ajuda na divulgação. O boné é um objeto democrático e devia novamente ser liberado para as eleições. Eu acredito que cedo ou tarde isso vai acontecer", finaliza o empresário.
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