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Futsal feminino de Apucarana busca ajuda para disputar a Série Ouro

Campeãs paranaenses da Série Prata, jogadoras de Apucarana precisam correr atrás de patrocínio de R$ 25 mil/mês para disputarem a Série Ouro 2023

Da Redação

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atleta Ana Guedes
Icone Camera Foto por Silvia Vilarinho
atleta Ana Guedes
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.12.2022, 14:38:05 Editado em 01.12.2022, 14:38:00
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As meninas do futsal de Apucarana, que em 2022 correram muito para vencer a concorrência e superar as dificuldades, a ponto de conquistar o título de campeãs da Série Prata do Futsal Paranaense, ainda não puderam parar para comemorar e descansar. Agora, elas estão tendo que correr pela sobrevivência da equipe, que precisa arranjar patrocínio para poder usufruir do direito à vaga na Série Ouro, conquistado com o título estadual da Série Prata. Sem ajuda, a equipe não tem como disputar a Série Ouro.

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Esse foi o tema da entrevista coletiva que a Associação Feminina de Futsal de Apucarana (AFFA) realizou na manhã desta quinta-feira, na sede da Associação Comercial e Industrial de Apucarana (Acia). Institucionalmente, a Acia dá apoio e tenta abrir portas e sensibilizar o empresariado local para que as meninas do futsal da cidade tenham condições mínimas para as disputas da Série Ouro, ao longo de 10 meses de 2023.

As atuais campeãs paranaenses da Série Prata, as meninas do futsal de Apucarana estão apelando à sensibilidade do empresariado local. A AFFA tem até janeiro para confirmar presença nas disputas da Série Ouro e, para isso, antes, precisa de patrocínio de pelo menos R$ 25 mil mensais para bancar o custeio mínimo da competição.

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Diego Fávaro, presidente da AFFA, esteve acompanhado de uma de suas jogadoras, a ala Ana Guedes. Eles estiveram com o presidente da Acia, Wanderlei Faganello, que abriu a coletiva. Para ele, é fundamental que todos, inclusive a imprensa, auxiliem as meninas nessa corrida contra o tempo para poder ocupar a vaga conquistada com o título da série Prata.

Fávaro disse que a forma como o futsal feminino na Série Ouro está organizada para 2023, com 10 meses de competição, inviabiliza que a equipe da cidade se mantenha do jeito que fez em 2022, quando conquistou a Série Prata. Sem salários, sem uma comissão técnica, sem material de treino, as jogadoras acabavam ajudando mensalmente, fazendo rateios e trabalhando nas promoções para que o time conseguisse superar as finanças, sempre no vermelho. Segundo ele, a equipe arrecadava R$ 1,3 mil e tinha despesas de R$ 2 mil. “A diferença saia no rateio, nas promoções”, disse, ao relatar as dificuldades que as meninas enfrentaram ao longo da temporada de 22.

“No primeiro jogo da final, em Paranaguá, mesmo, as meninas jogaram às 18 horas, entraram no ônibus, viajaram a noite toda e às 7h30 da manhã do dia seguinte, estavam indo direto para o trabalho”, explica. “Sem tempo para a recuperação física, para o descanso”.

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Fávaro, que também é diretor do Colégio Cerávolo, afirmou que para disputar a Série Ouro, a associação precisa reforçar o elenco e de uma comissão técnica completa, com preparador físico e treinador de goleiras. “Na série Prata, tudo isso foi feito pela mesma pessoa, que foi nosso técnico”, diz.

A associação pretende viabilizar o patrocínio, de pelo menos R$ 25 mil mensais, para poder semiprofissionalizar as meninas, que sequer recebem ajuda de custo. A AFFA pretende dar uma ajuda de custo mensal de R$ 500 para as meninas da base e fixar salários no teto de R$ 1 mil para tentar contratar reforços necessários.

“Nossa ideia é manter o nível de competitividade na Série Ouro, onde temos equipes que disputam a liga nacional. Temos resultados e queremos competir a série ouro nesse nível. Mas isso depende de conseguirmos sensibilizar o empresariado local. Sem essa ajuda, não poderemos confirmar a vaga que conquistamos ao vencer a Prata”.

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Para se ter ideia das dificuldades, o time não pode contar em 2022 sequer com a ajuda na parte física, para fortalecimento muscular das meninas, em alguma academia. “No decorrer do ano, por falta de preparação física, tivemos problemas com lesões”, explica.

Sem salários, algumas meninas ainda tiveram salários descontados nas empresas em que trabalham, quando precisaram faltar por conta da participação dos jogos. “Temos que pensar na logística para facilitar a vida delas. Elas estão escrevendo a história do futsal feminino de Apucarana, mas não vivem disso, não recebem nada por isso”, explica.

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A atleta Ana Guedes, reforça a fala de Fávaro. Ela lembra que nas finais da Série Prata, quatro jogadoras do time titular não puderam participar simplesmente porque não conseguiram a dispensa no trabalho. “E elas precisam do trabalho para sobreviver”, explica.

“A gente espera um 2023 melhor. Queremos competir em alto nível. Mas precisamos do apoio da sociedade, do empresariado local”, afirma.

A jogadora, no entanto, diz que, caso o time não consiga o patrocínio e não possa disputar a Série Ouro, “isso não será vergonha nenhuma para nós”, destacando que a equipe trouxe resultados, apesar de todos os “perrengues” enfrentados em 2022. “Só a gente sabe da realidade, das dificuldades que passamos. Nesse ano dormimos em ônibus por não ter hotel, nem lugar para descansar”, reforça.

“É triste vivenciar essa situação. É nosso sonho. São mais de dez anos lutando para conseguir esse espaço para o futsal feminino e agora que conseguimos, muito triste estar nessa situação. Jogamos por amor, sem receber nada. Todas somos guerreiras. Muitas vezes tivemos que tirar do bolso para participar, comprar o que precisa, para a alimentação. Nossas famílias nos apoiam. E tudo que queremos é um futuro melhor para as meninas que também tenham o sonho de praticar o esporte possam viver isso sem passar pelo que nós estamos passando”, discursa a atleta. Ana Guedes deixou a coletiva mais cedo, antes mesmo de acabar. Ela precisava ir para o trabalho. Veja a coletiva de imprensa:

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