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Com o auditório lotado, a Regional Apucarana do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Parnaá (Crea-PR) recebeu, nesta terça-feira (20), o evento “Segurança e Responsabilidade na Armazenagem de Grãos: Normas, Segurança e Boas Práticas”, que reuniu gestores, responsáveis técnicos, autoridades e especialistas para discutir a prevenção de acidentes e a melhoria das condições de trabalho em unidades armazenadoras. A ação é uma iniciativa conjunta do Crea-PR, do Ministério do Trabalho e do Corpo de Bombeiros do Paraná (CBMPR), e deve ser realizada em outras regionais do Crea-PR ao longo do ano.
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O presidente do Crea-PR, engenheiro agrônomo Clodomir Ascari, na abertura e reforçou a relevância do tema. “Estamos diante de um problema recorrente, que tem custado vidas. Melhorar a segurança nas estruturas de armazenagem é urgente e exige o envolvimento de todos os agentes do setor”, destacou.
Durante o evento, o engenheiro de segurança do trabalho Vergínio Luiz Stangherlin apresentou dados que dimensionam a importância do tema: somente no Paraná, há cerca de 250 silos, responsáveis por armazenar cerca de 50% da produção de grãos do estado. No Brasil, a capacidade de armazenagem total gira em torno de 190 milhões de toneladas, número ainda abaixo do ideal frente à produção nacional, que supera os 300 milhões de toneladas por ano, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados demonstram que a demanda de segurança na área é bastante significativa.
As palestras chamaram a atenção para o aumento de ocorrências nos últimos anos, especialmente os casos de engolfamento de trabalhadores dentro dos silos, situação na qual o operador é soterrado pelos grãos durante manutenções. Muitas vezes, o resgate é inviável ou ocorre de forma tardia, resultando em mortes.
O engenheiro Vergínio alertou para a necessidade de atuação contínua de profissionais habilitados nas unidades, que desenvolvam projetos de segurança conforme as normas atuais, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e a manutenção preventiva dos equipamentos. “A presença de responsáveis técnicos é fundamental para minimizar riscos em atividades com espaço confinado, trabalho em altura e outras operações críticas”, explicou.
O Ministério do Trabalho, representado pelo auditor Maurício Pavesi, trouxe dados impostantes sobre a falta de cumprimento das normas mínimas de segurança. Já o Corpo de Bombeiros, representado pelo 1º tenente QOBM Eduardo Ortiz Novinski, apresentou sobre a normatização em áreas agrícolas, abordando o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (CSCIP); Norma de Procedimento Administrativo – NPT 001 Parte 2- Projeto Técnico e Memorial Simplificado de Prevenção de Incêndio e Desastre; NPT 027 – Unidades de Armazenamento e/ou beneficiamento de produtos agrícolas e insumos.
A programação foi encerrada com uma mesa-redonda entre os palestrantes, mediada pelo presidente do Crea-PR, que reforçou o compromisso da entidade com a conscientização técnica e a valorização da vida. “Nosso papel é contribuir com informação qualificada e articulação entre os órgãos de fiscalização e a sociedade”, concluiu Ascari. Além do debate, os participantes puderam tirar dúvidas a respeito do tema.
O encontro contou com a presença de representantes do Corpo de Bombeiros e de diversas empresas e cooperativas da área. Entre as autoridades, estavam ainda o coronel Fernando Ferreira Machado, comandante do 2º Comando Regional de Bombeiro Militar; o major Leandro José Callegari, comandante do 11º Batalhão de Bombeiro Militar; a eng. civ. Larissa Moreno, representante regional do Comitê Mulheres do Crea-PR; o eng. agr. Paulo Sipoli, chefe regional do IDR; e os inspetores do Crea-PR eng. agr. André Favaretto e eng. amb. seg. trab. Renan Boldrini.
O evento em Apucarana marca o início de uma série de ações que serão replicadas em outras regionais do Crea-PR, levando o debate sobre segurança na armazenagem de grãos a diversas regiões do estado. A iniciativa busca promover a cultura da prevenção, reduzir acidentes e garantir melhores condições de trabalho no campo e na indústria.
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