Em uma sessão marcada por discussões acaloradas e intervenções constantes do público presente - um manifestante contrário ao projeto foi retirado coercitivamente do local -, a Câmara de Vereadores de Apucarana aprovou nesta segunda-feira (02), em primeira discussão, com dois votos contrários, o projeto de lei que concede título de cidadão honorário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Assista as entrevistas no final do texto
O projeto 29, de autoria do vereador Adan Lenharo (DC), assinado também pelos vereadores Danylo Acioli (MDB), Gabriel Caldeira (União) e Guilherme Livoti (União), teve votos contrários dos vereadores Tiago Cordeiro (MDB) e Moisés Tavares (PP).
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Apesar da sessão ter em pauta 13 matérias - incluindo sete projetos de lei -, a discussão do PL 29 dominou a noite. Autor do projeto, o vereador Adan Lenharo, justificou a homenagem ao ex-presidente elencando programas econômicos adotados pelo então presidente, notadamente durante a pandemia, além de programas federais. "Quantos empregos em Apucarana foram mantidos graças às ações federais?", questionou o vereador, que citou também a criação do PIX - uma ferramenta criada pelo Banco Central. "Se Bolsonaro vencer a eleição teremos portas abertas", afirmou, apesar do ex-presidente estar inelegível.
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O vereador Tiago Cordeiro criticou o que classificou como 'título por afinidade política' e pediu que o projeto fosse retirado de pauta. Como não foi, votou contra. "Uma homenagem tem que ser orgulho, não de divisão. Estamos sendo motivo de chacota na cidade por conta disso. É um título que não ajuda em nada e acende uma fogueira que deveria ter sido apagada há muito tempo", comenta.
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O vereador Moisés Tavares, que também votou contra, lamentou que a discussão sobre o projeto tenha retirado atenção de outros projetos da pauta. "Isso não vai mudar a economia de Apucarana, do país e de nada", afirmou, acrescentando que dado o fato do ex-presidente ser reú em ação criminal, o projeto, se aprovado é passível de ser revogado, caso o ex-presidente seja preso, situação que ocorreu, no passado, com título concedido ao petista André Vargas.
"Também tenho dificuldade em engolir alguém que homenageia a ditadura até por respeito às famílias dos jovens daqui de Apucarana que foram vitimados pelo regime, a família do José Idésio Brianezi e do Antonio dos Três Reis. Porque hoje todo mundo vai embora para casa sem medo, em outros tempos teriam medo de ser perseguidos", comentou
Moisés Tavares tnonline
A sessão teve que ser interrompida em vários momentos por conta da manifestação do público presente, parte contrária, parte favorável ao projeto. Um professor inclusive foi retirado da plateia durante momentos mais acalorados da discussão.
O presidente da Casa, Danylo Acioli, que também assina o projeto, destacou que a Câmara e os vereadores da Casa não fogem às polêmicas. "Eu voto favorável porque em números o governo Bolsonaro foi muito bom para Apucarana, . E votar nesse projeto não nos impede de votar em matérias importantes", argumentou.
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