Difundido no país pela família Gracie, o jiu-jitsu já foi muito associado a brigas e violência. No entanto, essa história ficou no passado. Hoje, o esporte é praticado por praticamente todas as faixas etárias e gênero, como mulheres e crianças. Em Apucarana, por exemplo, o número de pais que estão matriculando os seus filhos pequenos nesta atividade vem crescendo.
Segundo André Burin, professor da modalidade, uma das principais preocupações das famílias está em diminuir o tempo de tela dos pequenos. Por isso, a procura por esportes vem aumentando. “Eles querem fornecer atividades físicas para as crianças, mas não só um esporte simplesmente pela prática, mas algo que também consiga estruturar as crianças com respeito e organização”, explica ele.
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Segundo o professor, o jiu-jitsu é uma das melhores formas de ensinar alguns valores para os pequenos, que podem iniciar na modalidade ainda com quatro anos. “Esse esporte é capaz de proporcionar o autocontrole, o respeito, a organização, o trabalho em equipe e vários outros benefícios”, acrescenta André.
Quem concorda com isso é Andréa Moreira Couto, mãe do pequeno Arthur, de cinco anos. De acordo com ela, em apenas dois meses de aulas, Arthur já teve um progresso muito grande. “Principalmente, na concentração, coordenação motora, equilíbrio e disciplina. Ele está lidando com a frustração bem melhor, está mais seguro de si”, completa ela.
O mesmo também aconteceu com Pietra Tomadon Rochinski, 11 anos, que entrou para o esporte porque se achava introvertida demais. “Com as aulas, eu me senti muito mais confiante, tive mais amigos desde então”, afirma ela.
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No entanto, com ela, o que era brincadeira virou assunto sério. Mesmo tendo iniciado no jiu-jitsu com apenas nove anos, Pietra luta igual gente grande. Em 2024, ela foi campeã em diversos campeonatos regionais e ainda vencedora do Circuito Paranaense pela Federação Paranaense de Jiu-Jitsu Brasileiro (FPJJB).
Mesmo com tantos benefícios, André Burin explica que há algumas diferenças entre dar aulas para crianças e adultos. De acordo com ele, as atividades precisam ser planejadas de forma mais divertida e dinâmica para que os pequenos não fiquem entediados. “O objetivo é tornar a arte marcial atrativa para as crianças, pois a principal tarefa do professor é inserir as técnicas e os movimentos de forma lúdica, em que as crianças atinjam a finalidade de absorver o que foi passado”, explica.
Outra ideia amplamente difundida é que este esporte pode ser perigoso para as crianças, no entanto, isso não é verdade. As aulas são adaptadas com foco na segurança e com supervisão de instrutores capacitados. “O perigo apresentado é similar ou até mesmo menor que qualquer outra atividade esportiva”, acrescenta André.
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