Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Apucarana

publicidade
AUDIÊNCIA PÚBLICA

Apucarana debate distribuição de remédios à base de canabidiol; vídeo

Audiência pública nesta quinta-feira (7) na Câmara discute o uso da cannabis medicinal; pacientes aguardam regulamentação e destacam benefícios

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

A Câmara de Vereadores em Apucarana discute nesta quinta-feira (7), em audiência pública, às 19 horas, a oferta da cannabis medicinal gratuitamente na rede municipal de saúde. A reunião foi proposta pelo vereador Tiago Cordeiro (MDB), que defende a democratização do acesso a tratamentos com a planta medicinal na cidade. (Veja reportagem em vídeo no final do texto)

“Esse tema é tão importante e já existe uma ampla discussão em vários municípios sobre saúde pública envolvendo o canabidiol, que tem vários benefícios terapêuticos comprovados para diversas patologias, como fibromialgia, mal de Parkinson, Alzheimer, epilepsia, espectro autista, dores crônicas, esclerose múltipla, ansiedade e depressão. São várias patologias onde a cannabis medicinal tem sido comprovadamente eficaz em tratamentos e regenerações”, explica o vereador.

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

- LEIA MAIS: Prefeitura do PR é pioneira na distribuição gratuita de canabidiol

Conforme Tiago Cordeiro, a intenção é ampliar o diálogo e esclarecer sobre os benefícios terapêuticos da planta, visando ajudar quem precisa e sente dor.

"Hoje, a grande dificuldade da população é ter acesso ao medicamento, pois não está incluído na lista do SUS. Além disso, há uma grande falta de profissionais capacitados para prescrever o medicamento. Por ser um tratamento muito caro, as pessoas têm que judicializar. É um processo muito burocrático e demorado. Eu sempre digo: quem tem dor tem pressa”, observou.

publicidade

O vereador também salienta a importância da participação da comunidade na audiência pública, visando implementar a cannabis na lista dos medicamentos gratuitos do município. “Você que faz o tratamento com a cannabis medicinal ou conhece alguém que faça, venha participar conosco da audiência”, convoca.

A coordenadora comercial Amanda Góis de Oliveira, 29 anos, tem epilepsia e utiliza a cannabis medicinal em seu tratamento. Diagnosticada aos 25 anos, Amanda conta que começou a ter várias crises e passou por diversos médicos que não a diagnosticaram logo de início. Foi quando um neurologista de Londrina encontrou a causa das crises e ela foi diagnosticada com epilepsia G 40.

"Os médicos aqui da região de Apucarana não diagnosticaram o meu problema e me davam anticonvulsivos tradicionais, mas não surtiram efeito nenhum. Procurei um neurologista na cidade de Londrina e lá fui diagnosticada com epilepsia G 40", disse.

publicidade

Antes de iniciar o atual tratamento, a coordenadora comercial passou por diversas medicações, até que decidiu pesquisar mais e encontrou a cannabis medicinal. “Comecei a ler e buscar o melhor tratamento na internet e aí que vi a cannabis medicinal. Procurei vários neurologistas; nenhum quis receitar. Primeiro, eles queriam testar os remédios que havia nas farmácias. Mas não me conformei, até porque esses medicamentos tradicionais dão muitos efeitos colaterais, e eu não conseguia ter uma qualidade de vida boa. Uma colega de São Paulo me indicou o neurologista de lá, o Dr. Giovanni Massa, e ele receitou o óleo de canabidiol”, contou.

Amanda frisa que começar a medicação fora dos padrões da sociedade fez com que ela tivesse mais qualidade de vida e se tornasse uma pessoa mais funcional.

“A cannabis mudou minha vida. Hoje em dia sou uma pessoa bem mais ativa, minhas crises são bem controladas, a questão de ansiedade voltou ao normal. A cannabis medicinal foi um divisor de águas na minha qualidade de vida, não só no tratamento da epilepsia, mas em outras questões também. O melhor de tudo é que é natural, não tem efeito colateral, e os benefícios, nas primeiras semanas, já podem ser notados. Já fiquei oito meses sem nenhuma crise convulsiva”, comemora.

publicidade

-LEIA MAIS: Saúde de Jardim Alegre vai prescrever canabidiol

Outro ponto importante é a polêmica em torno do acesso mais fácil e gratuito a quem precisa. “Para quem precisa da cannabis medicinal, essa polêmica é terrível. Nós temos a informação de que ela ajuda na vida das pessoas em diversos tratamentos, e o preconceito é muito grande. Então, informar as pessoas e fazê-las abrir a mente é crucial. Não é uma droga; é um medicamento, e as pessoas precisam entender que essa banalização prejudica quem realmente precisa. Principalmente as pessoas próximas, que acham que estamos nos drogando, quando, na verdade, o canabidiol é mais saudável que um dipirona, por exemplo”, lamentou.

O processo para conseguir o medicamento é bastante burocrático, como explica Amanda. “Primeiro, eu precisei da autorização da Anvisa; depois, eu fiz uma procuração para um laboratório dos Estados Unidos. Importo de lá, e hoje, colocando em reais, o valor do medicamento sai na faixa de R$ 390. O frasco dura 40 dias dentro do meu tratamento. Mas os gastos são bem maiores; tem a consulta com neurologista porque aqui na região nenhum médico do SUS receita essa medicação, além dos outros tratamentos que envolvem. Então, é um tratamento caro”, disse.

publicidade

A audiência pública que discute sobre a cannabis medicinal e a possibilidade do medicamento entrar na lista de medicamentos gratuitos do município anima e deixa Amanda esperançosa. “Isso seria excelente. Na verdade, é um sonho não só para mim, mas para tantas pessoas que precisam e não têm conhecimento, até mesmo não têm condições de ir atrás dessa medicação. E o fato de colocar isso em pauta desmistifica toda essa questão da cannabis. Também é muito importante ressaltar o preparo dos profissionais da saúde para poder receitar esse medicamento. Então, é uma pauta importantíssima, e acredito que até demorou um pouco para ser discutida”, finaliza.

Entrevista:

Uma audiência pública acontece nesta quinta-feira (6) na Câmara Municipal de Apucarana para tratar o assunto.#apucarana #cannabis TnOnline TV

Por Lis Kato

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Apucarana

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline