Um estudante do Colégio Estadual Nilo Cairo, em Apucarana (PR), registrou uma denúncia no Ministério Público (MP) contra um professor por homofobia e intimidação. Segundo a denúncia, o professor faz comentários homofóbicos em sala de aula, trata o aluno de forma diferenciada por sua orientação sexual e promove ameaças verbais. O caso também foi encaminhado para o Núcleo Regional de Educação (NRE), que investiga o caso.
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Conforme a denúncia, o estudante relata que o professor o chama de "coisa ruim" quando não responde à chamada e faz comentários desrespeitosos sobre a comunidade LGBTQIA+. Além disso, o docente também aborda temas políticos de forma inadequada, impondo sua opinião e usando o espaço para intimidação e constrangimento.
“O professor vem praticando condutas abusivas, ameaçadoras e discriminatórias no ambiente escolar, afetando a mim e a outros colegas. Durante as aulas, ele frequentemente realiza ameaças verbais graves, afirmando que ‘vai dar tapa na cara’, ‘vai dar soco’, e até mesmo dizendo que vai ‘arrebentar’ alunos. Chegou a afirmar, em tom de ameaça, que ‘vai fazer um alunoassassinato’, o que representa uma grave violação à segurança dos estudantes”, diz a denúncia.
O estudante tem aulas com o docente desde fevereiro deste ano. “As ameaças acontecem desde que ele soube que sou homossexual. Ele me trata diferente, não tira minhas dúvidas, me ignora e me chama de ‘coisa ruim’. Me sinto muito constrangido por ele me tratar diferente de outros alunos e por essas ameaças. Percebo que ele é mais educado com os outros alunos. Comigo ele é mais arrogante e agressivo”, afirmou ao TNOnline.
Esta não é a primeira denúncia que o aluno registra contra o professor. Na primeira ocasião, o docente foi chamado para uma reunião e, depois disso, ainda tentou intimidar o aluno dizendo que "não se importava" com a denúncia.
Ouvidora do NRE também apura denúncia
A ouvidoria do NRE confirmou ao TNonline que recebeu a denúncia contra e a encaminhou o caso para a Rede de Proteção e Direitos Humanos. De acordo com o ouvidor do NRE, José Carlos dos Santos, a ouvidoria não tem poderes para tomar medidas, apenas para verificar e repassar as informações para as autoridades competentes.
“O princípio da presunção de inocência, previsto na Constituição Federal, determina que uma pessoa é considerada inocente até que sua culpa seja comprovada. Se for realmente confirmado que o professor tem culpa, será instaurada um processo de sindicância que poderá culminar com o afastamento”, informa.
A defesa do professor não foi localizada para comentar a denúncia.
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