Religião

Perfume que sobe até Deus: o significado do incenso na liturgia

Desde os tempos mais antigos, o incenso tem ocupado um lugar especial na vida espiritual da humanidade

Da Redação ·
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O uso do incenso na Santa Missa não é apenas um ornamento litúrgico
fonte: Reprodução/Pixabay
O uso do incenso na Santa Missa não é apenas um ornamento litúrgico
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Desde os tempos mais antigos, o incenso tem ocupado um lugar especial na vida espiritual da humanidade. Ele sempre foi utilizado como sinal de reverência, oração e purificação — um elo simbólico entre o ser humano e o divino. Sua presença é constante tanto na tradição religiosa quanto nas Sagradas Escrituras, atravessando séculos e permanecendo viva na liturgia da Igreja até os dias de hoje.

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O incenso nas escrituras sagradas

No Antigo Testamento, o incenso era parte fundamental do culto a Deus, inicialmente no Tabernáculo e, mais tarde, no Templo de Jerusalém. Em Êxodo 30:34-36, Deus ordena a Moisés a preparação de um incenso sagrado com ingredientes específicos, mostrando que esse gesto tinha uma importância espiritual e ritual profunda.

Já no Novo Testamento, o livro do Apocalipse nos traz uma poderosa imagem litúrgica:

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“Veio outro anjo e ficou diante do altar, com um turíbulo de ouro; foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro diante do trono.” (Ap 8:3)

Essa passagem mostra que o incenso acompanha as orações dos fiéis até o trono de Deus, simbolizando uma oferta espiritual que agrada ao Senhor.

O uso do incenso na missa hoje

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Segundo o padre Chrystian Shankar, o uso do incenso na Santa Missa não é apenas um ornamento litúrgico, mas um verdadeiro sinal visível de uma realidade invisível. Ele expressa verdades profundas da nossa fé e nos ajuda a mergulhar mais intensamente no Mistério celebrado.

À medida que a fumaça do incenso sobe, somos convidados a contemplar a elevação de nossas preces ao Céu. Cada momento da incensação é carregado de significado:

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O altar, que representa o próprio Cristo, é incensado com respeito e solenidade.

O Evangeliário, símbolo da Palavra viva de Deus, também recebe essa honra.

As oferendas de pão e vinho — que se tornarão Corpo e Sangue de Cristo — são incensadas como parte essencial do sacrifício eucarístico.

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O sacerdote e o povo, que participam do Mistério, também são incensados como membros do Corpo de Cristo.

O incenso, portanto, não é apenas símbolo: é um sinal litúrgico que envolve os sentidos, ajudando-nos a entrar numa atmosfera de oração mais profunda. Ele nos recorda que estamos diante de algo que transcende o visível — uma experiência do Céu na Terra.

Mais que um aroma: um chamado à elevação

O incenso representa o louvor que sobe como suave perfume a Deus. Ele nos convida a elevar o coração e a mente, a sair do cotidiano e mergulhar no sagrado. Seu aroma nos envolve e nos ajuda a perceber a grandiosidade da liturgia, onde o tempo e a eternidade se encontram.

Assim, da Antiga Aliança até os nossos dias, o incenso permanece como um sinal que nos conduz a Deus, inspirando reverência, fé e contemplação.

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