Antes que o sol raiasse no Domingo de Páscoa, a escuridão ainda cobria a Terra. Na quinta-feira, Jesus se ajoelhou diante dos discípulos e, em um gesto de profunda humildade, lavou-lhes os pés. Poucas horas depois, foi traído por um beijo. Não resistiu e não fugiu. Entregou-se.
Na sexta-feira, aquele que havia curado, acolhido e ensinado foi julgado como criminoso. A mesma multidão que o acolheu com ramos e cânticos no Domingo anterior agora clamava pela sua crucificação. A esperança de um rei libertador — forte, imponente, capaz de derrotar Roma — foi frustrada por um homem manso, montado num jumento, que falava de paz, perdão e amor.
E então, o inocente foi condenado. Sofreu o peso da cruz, da dor física e do abandono. No alto do Calvário, entregou o espírito.
No sábado, o silêncio. O túmulo fechado. A sensação de fim.
Mas o plano divino não havia terminado. No mais profundo da escuridão, germinava a aurora da vida nova.
Na madrugada do domingo, a pedra foi removida. O túmulo, vazio. A morte, vencida. Jesus ressuscitou.
E com Ele, renasceram a esperança, a fé e a certeza de que o amor é mais forte do que a dor.
A Páscoa não é apenas a lembrança de um acontecimento passado — é o convite constante à renovação interior. É a certeza de que, mesmo nos dias mais sombrios, algo novo pode florescer. É o chamado à vida plena, ao recomeço, à confiança de que a luz sempre volta.
Cristo ressuscitou, e em cada coração que se abre ao amor, à compaixão e à verdade, Ele continua vivo.