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Sayuri Sakane, a 1ª mulher à frente do Templo Budista de Apucarana

Monja assumiu posto do marido Wagner Bronzeri, que morreu em 2022

Da Redação

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Monja Sayuri Sakane, de 58 anos, de Apucarana
Icone Camera Foto por Tnonline/Cindy Santos
Monja Sayuri Sakane, de 58 anos, de Apucarana
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.01.2025, 14:47:05 Editado em 24.01.2025, 19:01:28
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O Templo Budista Nambei Honganji de Apucarana está entre os mais antigos da ordem Higashi Honganji no Brasil e é o segundo dentro dessa linhagem a ser comandado por uma mulher, a monja Sayuri Sakane, de 58 anos, que assumiu a função exercida pelo marido, o reverendo Wagner Bronzeri, que faleceu em 2022, e exerceu a função durante duas décadas. Veja o vídeo abaixo

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-LEIA MAIS: Apucarana, terra também das flores, do abacate e do ovo de codorna

Natural de Maringá, a superiora do templo é formada em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), mas afirma que nunca teve tempo para exercer a profissão, pois seu caminho enveredou para a religião. Sayuri pertence a uma família tradicionalmente budista e casou-se com um missionário, o que influenciou sua ordenação em 2013, realizada no Japão.

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“Minha família é budista, mas nunca pensei que me ordenaria um dia. Pensava que iria seguir a carreira, porém acabei casando com um missionário e segui por esse caminho. Conforme a demanda, trabalho e necessidade, me ordenei com intuito de poder auxiliar os serviços e acabei sucedendo meu marido”, comenta.

Sayuri é a primeira mulher a frente do Templo Budista de Apucarana, que tem mais de 70 anos de existência. Antes dela, seis homens atuaram como superiores do centro espiritual. Segundo a monja, tamanha responsabilidade despertou preocupação em relação a aceitação da comunidade.

“Particularmente nunca enfrentei preconceito por ser mulher. Não sei, nunca tive problemas enquanto a isso. Não sei se foi sorte, se foi a mudança dos tempos ou por eu ter uma personalidade forte. Uma das minhas preocupações quando assumi o templo era se a comunidade me aceitaria. Houve algumas adaptações, mas como a comunidade já me conhecia e já havia um nível de afetividade, deu tudo certo”, afirma. “Mas o fato de ser mulher e enfrentar preconceito, já aconteceu em relação a outros monges”, revela.

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Mesmo em tempos modernos, ainda não é comum ver uma mulher à frente de um templo budista. Em todo o Brasil, a ordem Higashi Honganji conta apenas com cinco monjas e duas superioras de templos, em Apucarana e em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo.

“Não é muito comum, até então os monges basicamente eram japoneses vindos do Japão. De uns tempos para cá começou a formação de monges descendentes e até mesmo não-japoneses. Meu marido era descendente de italianos. E então, por ser uma ordem de origem no Japão, fica muito restrito dentro da comunidade japonesa”, comenta.

Para se tornar monge da ordem Higashi Honganji é necessário atender alguns requisitos, entre eles falar, ler e escrever em japonês. Além dos estudos, a rotina da superiora do templo inclui ritos realizado diariamente pela manhã e à tarde, e as seis cerimônias que ocorrem no decorrer do ano. “É uma rotina de muito estudo da doutrina budista e da língua japonesa que precisa de dedicação”, comenta a monja, que também é responsável pela administração e manutenção do templo.

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“Eu brinco que sou a superiora, zeladora e recepcionista, faço tudo praticamente. É uma rotina bem puxada”, afirma.

UM PEDAÇO DO JAPÃO EM APUCARANA



						
							Sayuri Sakane, a 1ª mulher à frente do Templo Budista de Apucarana
Foto por Cindy Santos/TNonline
Templo budista de Apucarana
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O Templo Budista Nambei Honganji, localizado na Vila Vitória, na região do bairro da Igrejinha, foi formalmente fundado em 1952 por imigrantes japoneses. A edificação, entretanto, só foi inaugurada dois anos depois, em junho de 1954. A monja conta que na época, tratava-se de uma estrutura antiga, de madeira, seguindo o estilo arquitetônico japonês. Símbolo do budismo, o sino de bronze instalado no lado do portão de entrada pesa 800 quilos e foi trazido do Japão em 1963.

Quarenta anos depois, o prédio atual foi construído, também seguindo a arquitetura japonesa. O altar é uma réplica do Templo Higashi Honganji, de Kyoto, no Japão e foi montado sem pregos, apenas com encaixes na madeira, como é feito no país oriental. Em posição de destaque em sua parte interna está uma imagem de Buda de aproximadamente um metro. Atualmente 150 famílias de Apucarana e região pertencem ao Templo Budista de Apucarana que abrange 26 municípios no total.


Conheça a monja Sayuri Sakane, a 1ª mulher à frente do Templo Budista de Apucarana. O Templo Budista Nambei Honganji de Apucarana (PR) está entre os mais ant... TNOnline TV

Por Cindy Santos

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