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Produção orgânica cresce e ganha espaço na região

Apucarana é a cidade da região com mais produtores orgânicos inscritos. São 28, no total

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.07.2022, 15:36:45 Editado em 23.07.2022, 15:41:02
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A agricultura orgânica está ganhando espaço nos municípios da região. São 87 produtores inscritos no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos em 2022 contra 25 em 2019, um crescimento de 248%. O número, no entanto, é muito maior. Há vários agricultores cultivando produtos sem agrotóxico e respeitando uma série de regras agroecológicos, mas que ainda estão em fase de transição para ingressar no cadastro.

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Apucarana é a cidade da região com mais produtores orgânicos inscritos. São 28, no total. Outras duas cidades também se destacam: Jandaia do Sul, com 18, e Jardim Alegre, com 16. Os demais estão distribuídos em 9 municípios (ver grafo). Em 2019, o mapa dos certificados era diferente: Arapongas (9), Marilândia do Sul (4), Jandaia do Sul (3), Kaloré (3), Apucarana (2), Jardim Alegre (2) e Rio Branco do Ivaí (2).

O coordenador do programa de agroecologia no Paraná, André Luís Alves Miguel, do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR), afirma que o Paraná é o estado com o maior número de produtores orgânicos do País. “O Paraná responde, atualmente, a 16% do número total agricultores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos”, explica.

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Segundo ele, o setor está em expansão. “Nós temos um cálculo de que a produção orgânica dobra a cada quatro ou cinco anos”, assinala.

Segundo ele, a procura por alimentos saudáveis é uma tendência mundial. Os produtores paranaenses, na maioria, atuam com olericultura (legumes e verduras). No entanto, muitos já estão apostando em grãos orgânicos (soja e milho), principalmente para abastecer a produção de ovos orgânicos. “Duas empresas do Paraná começaram até a exportar grãos orgânicos, mas pararam porque não conseguem atender a demanda nacional, onde há uma grande procura ovos orgânicos e proteína orgânica animal”, explica.

Na região, ele explica que a produção atende o eixo Londrina-Maringá. Os produtos orgânicos estão disponíveis em feiras e também na rede de supermercados.

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Ele explica que são três sistemas de certificação disponíveis. O governo estadual também criou o “Paraná Mais Orgânico”, que é um programa de incentivo aos produtores interessados nesta área e que também atua na certificação.

Ele explica que a produção orgânica vai além do não uso de agrotóxicos – item preponderante-, mas inclui também adequações na propriedade, desde questões envolvendo a destinação correta do lixo até a proteção do solo e da água. Por conta da maior mão de obra, os preços dos orgânicos são mais altos. Nas feiras, os valores estão 17%, em média, mais caros que a produção convencional. Nos supermercados, o valor é até o dobro mais alto. “Os supermercados ainda tratam os orgânicos como produto de luxo”, observa.

Preços são mais estáveis’, afirma produtor

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Nilza Maria de Oliveira Santos, de Jardim Alegre, moradora na região do Palmeirinha foi uma das primeiras produtoras a receber a certificação Tecpar no Vale do Ivaí. Ela conta que primeiro recebeu o selo IBD em 2008, maior certificadora de produtos orgânicos e sustentáveis da América Latina. O selo do Tecpar veio em 2012. “Me sinto muito feliz em estar produzindo orgânicos, além de mais saúde para nós que plantamos e para os consumidores, contribuímos com uma produção sustentável, que não contamina o meio ambiente”, relatou Nilza, que atualmente produz morango junto com o marido João Batista dos Santos. Os dois viraram exemplo e deram muitas palestras no Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Herinton Rosa Pacheco, tecnólogo em agroecologia, também morador da região do Palmeirinha, diz que se interessou pelos orgânicos justamente quando iniciou o curso no IFPR. “Nós produzíamos o tomate convencional. Em 2017, comecei a estudar. O orgânico é uma cultura bem diferente da convencional, que era com veneno e bastante química. Aos poucos fomos fazendo a transição ecológica e aí certificamos em 2019”, relatou Herinton.

Hoje na propriedade eles têm três estufas de 530 metros² cada uma, onde produzem tomate italiano e tomate cereja, e abobrinha em campo aberto. Toda a produção é comercializada diretamente para uma empresa de São José dos Pinhais.

Com relação aos produtos orgânicos ele diz que a grande vantagem comercial, é que os preços se mantêm mais estabilizados. “No convencional por exemplo, numa semana o preço do tomate está a R$100 daqui duas semanas está a R $30 a caixa. Já o orgânico os preços se mantém padrão, entre R$100 a R$120. Isso é uma garantia maior”, destacou Herinton.

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